O PCP (DORBraga) pede a intervenção do governo na empresa face à impotência da administração de poder apresentar um plano de recuperação.
Continuar “deliberadamente passivo” face ao que se passa na Coelima, é algo que o PCP não quer, pois considera, que o Governo deve agir em face dos últimos acontecimentos.
Os comunistas não entendem porque é que a administração da Coelima entendeu só agora admitiu “não ter condições para apresentar um plano de recuperação da empresa”. Isto “só pode suscitar as maiores dúvidas e as mais profundas apreensões” – refere a nota do PCP (DORBraga).
O PCP faz referência a um comunicado da administração dirigido aos trabalhadores em 14 de Abril, onde é clara a intenção de recuperação da Coelima e que estava “empenhada em prosseguir com a actividade da empresa”.
Na mesma nota, pode ler-se que “a administração da Coelima não tomou agora contacto com a situação, quer da empresa, quer do mercado”. E salienta que “conhecia bem e profundamente a situação da empresa, as suas potencialidades e as suas debilidades”, tal como “conhece o mercado nacional e internacional, que sem prejuízo do revés criado pela epidemia, está já a recuperar”.
Nas considerações que faz sobre a situação da Coelima, o PCP considera “ainda mais estranho por se tratar de uma empresa que não estava, como os documentos oficiais atestam, em insolvência, mas sim em perigo de insolvência”, que a administração tenha reconhecido que “apesar de se encontrar, comprovadamente, numa situação de insolvência eminente, as actividades que a Coelima desenvolve continuam a gerar valor, o que permite afirmar que a requerente é susceptível de recuperação…”.
Para o PCP “a decisão agora anunciada vem dar razão às preocupações dos que reclamaram transparência no processo”, sustentando que “até hoje continua por esclarecer porque é que o governo desmentiu a Coelima quando esta afirmou que estava à espera dos apoios covid-19, sendo que o governo informou que esta não se candidatou a qualquer apoio”.
Neste cenário, os comunistas manifestam a sua preocupação pela “coincidência” da saída do administrador, que durante anos, andou a preparar esta situação, na véspera do anúncio do pedido de insolvência. E deixa no ar a questão: “será que o objectivo foi exactamente o de a nova administração poder justificar-se com a anterior?”
É por tudo isto que o PCP entende que o governo “não pode continuar deliberadamente passivo, deve intervir de imediato, assumindo o objectivo de salvar a empresa, assegurar o pagamento atempado dos salários a todos os trabalhadores, e manter os seus postos de trabalho”.
“Impedir a destruição de mais uma parte da capacidade produtiva na região e de travar quem queira vender a marca e destruir a empresa e os seus 253 postos de trabalho…”
E tal “intervenção justifica-se, quer pela necessidade de impedir a destruição de mais uma parte da capacidade produtiva na região e de travar quem queira vender a marca e destruir a empresa e os seus 253 postos de trabalho, quer porque foi o Estado que no passado garantiu a salvação da empresa no quadro do grupo Moretextile”.
Foi neste sentido que o PCP entregou, hoje, na Assembleia da República uma nova pergunta escrita dirigida ao governo alertando para a situação presente da Coelima e reclamando a intervenção urgente do mesmo.
Relembra o PCP (DORBraga) que “a esta iniciativa soma-se o facto de, também na Assembleia da República, em Abril, o grupo parlamentar do PCP ter entregue perguntas escritas ao governo, para além de ter incluído a referência à situação da empresa e dos seus trabalhadores na interpelação parlamentar sobre problemas laborais e sociais que promoveu no passado dia 19 de Maio”.
Depois, já os deputados comunistas no Parlamento Europeu reuniram-se com trabalhadores da empresa Coelima, com a participação de dezenas de trabalhadores, e com o Sindicato Têxtil do Minho e Trás-os-Montes/CGTP-IN.
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