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Quarta-feira, Outubro 23, 2024

Câmara: entre a economia real (das empresas) e a filosofia económica (do Município)

Economia

A última reunião descentralizada, da Câmara Municipal foi uma das mais bem conseguidas do seu historial. E realizou-se no chão de fábrica da J. Pereira Fernandes, em pleno centro da vila de Pevidém.

O destaque vai para as intervenções, de iniciativa municipal que tendo já projectos concluídos, entram na fase de concurso e até de financiamento e que terão impacto directo no desenvolvimento local – remodelação da EB 2,3 de Pevidém e a reabilitação da rua Albano Martins Coelho Lima; a adaptação da Fábrica do Alto em Academia de Transformação Digital é um projecto estruturante, com impacto transversal à região e ao concelho;

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A apresentação de dois projectos, pelos seus autores deu para perceber a sua importância no desenvolvimento de Pevidém e no centro da vila de Selho São Jorge, tal como a sua volumetria financeira: cerca de 26 milhões de euros, sendo 3,4 para a remodelação da rua Albano Martins Coelho Lima, 12,6 para a Escola Básica e 10 milhões para a Academia Digital.

E como se prolongarão no tempo, para lá do fim do actual mandato autárquico, tal como outros projectos em curso. Por exemplo, a Academia Digital está dependente da definição pela UMinho. “Estava tudo estabilizado em Janeiro deste ano” – esclareceu o presidente.

E, também, por aquilo que a iniciativa privada – no caso o grupo de Manuel Couto Alves – vai fazer no centro da vila onde instalará a sua sede, o centro de engenharia, e outros serviços, englobados num MCA Hub implantados numa extensa área – das antigas instalações da Têxteis Tarf.

Acresce, a importância da J. Pereira Fernandes II, empresa familiar, histórica, estrela dos têxteis-lar que marca o ritmo industrial de Pevidém – tal como outras fábricas – e cuja modernização significa um investimento no futuro e uma fé num sector cada vez mais desenvolvido e absorvente de tecnologia.

O presidente da Câmara, Domingos Bragança, sublinhou o empreendedorismo da família Pereira Fernandes e de Manuel Couto Alves, e deixou claro “ficar muito orgulhoso e honrado com o vosso trabalho”. Dois bons exemplos, do que “de melhor há em Guimarães, em Portugal e na Europa” – disse.

Ricardo Araújo, em nome da CJG – PSD/CDS-PP – disse quase o mesmo de “duas empresas que orgulham Guimarães”, vaticinando que “o futuro, também, será construído pelas vossas empresas”.

Politicamente, a reunião não despertou as naturais divergências políticas – entre PS e AD – cobertas por um consenso partidário, de elogios mútuos e comunhão de perspectivas, num jogo partidário e do campeonato do bloco central – uma Câmara de maioria socialista com uma Junta de Freguesia onde é preponderante a Coligação Juntos por Guimarães (PSD/CDS-PP).

Ricardo Araújo, vereador do PSD, cultiva com Domingos Bragança uma relação com muitas afinidades. No caso, elogiou-o pelo mérito das reuniões descentralizadas. “É uma boa iniciativa” – considerou. E uma oportunidade para discutir projectos em concreto “e os projectos que o senhor <presidente> quer fazer em todo o território”.

Estendeu a sua intervenção, depois ao ‘Mês da Economia’, iniciativa municipal a decorrer até ao final de Outubro – que suscita, no entender do vereador social-democrata “a necessidade de a Câmara ter uma clara intervenção no território” que dinamize, promova e estimule “o tecido industrial a desenvolver-se”, isto é, a permitir a diversificação económica sectorial e a captação de novas empresas. 

Defendeu o aproveitamento das startups, a elaboração de um plano estratégico de desenvolvimento económico municipal, a tão falada agência de captação de investimento, cuja implantação não avançou. “Nem sequer nada que se assemelhe, mais especializada para apoiar empresas e promover criações de contexto mais favorável” – acusou o vereador do PSD.

“Era preciso acrescentar agora a marca da inovação nas empresas, nos produtos, serviços e processos.”

Ricardo Araújo aproveitou o vento favorável para navegar na onda do desenvolvimento económico, elencando e ilustrando os passos que deviam ser dados. “A marca da cultura foi muito afirmada nos últimos 30 anos, era preciso acrescentar agora a marca da inovação nas empresas, nos produtos, serviços e processos” – dissertou.

Mostrou-se, ainda, pesaroso pela perda de oito anos (contados desde que Domingos Bragança foi eleito presidente) e afirmou mesmo que “tenho pena que só agora esteja a dar a importância que a Economia merece”

Agora, repetiu, “é importante acelerar” para recuperar o vazio dos oito anos, criticando a gestão socialista do Município, pois, “devíamos estar mais à frente, já que não basta ter projectos é preciso concluí-los em tempo útil e não pode ser apenas no último mandato”.

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