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Quinta-feira, Novembro 7, 2024

Enfrentar desafios com mais investimento

Economia

Siza Vieira exorta empresários a prepararem-se para mais mudanças

É anual e realiza-se em diferentes países, fora da sua sede em Zurique, na Suíça. Repete-se no Porto, pois em 1969 e 1993, também aqui foi a cidade de outras convenções. “A digitalização e a sustentabilidade” foi o tema candente de duas áreas que provocam desafios ao sector têxtil que tem de saber como se envolver no mundo e em processos digitais e produzir produtos sustentáveis à luz dos conceitos da defesa do ambiente que a sociedade mundial tem abraçado para defesa do planeta. Para além das reuniões entre comités próprios de sub-sectores abertos apenas aos delegados, a convenção tem sempre um momento de abertura onde fala quem sabe. Paulo Portas, ex-Ministro dos Negócios Estrangeiros de Portugal, abordou uma tema apaixonante, carregado com doses elevadas de incertezas. Perspectivar o futuro do sector têxtil à luz de inúmeros conflitos mundiais, guerras económicas, alterações climáticas, pode não ser tarefa fácil porque a geopolítica altera a geoeconomia, os populismos sempre irracionais são recurso eleitoral para governantes que estão longe de ser estadistas aos quais o mundo se habituou.

“A industria têxtil portuguesa tem estado na vanguarda do ajustamento a um novo paradigma”

O Ministro da Economia, Siza Vieira, que abriu a conferência, exortou os empresários a investir. “Este é o tempo para investir. Quem investir agora vai sair à frente no futuro” – afirmou. Sublinhou o enquadramento “favorável” da conjuntura actual e “a existência de sólidos programas governamentais de apoio ao investimento e de taxas de juro muito baixas”. E olhou para o sector – português – de uma forma abrangente: “a industria têxtil portuguesa tem estado na vanguarda do ajustamento a um novo paradigma”, disse o ministro, dando como exemplos dessa capacidade de adaptação a estreita colaboração das PME de um cluster, cujo coração bate num raio de 50 quilómetros à roda do Porto, que tem sabido trabalhar em parceria com designers, centros de investigação e universidades” Siza Vieira deu como exemplo – “luminoso” – das boas práticas das empresas e dos empresários português, elegendo “a capacidade demonstrada pela industria têxtil portuguesa em se reinventar”, apostando no desenvolvimento do produto, na flexibilidade e serviço, após um período de rápida mudança a nível mundial, que acarretou um sem número de falências e um desemprego massivo. E mostrou como o caminho da reinvenção do têxtil em Portugal, foi adaptado ao interesse dos compradores e consumidores, evidenciando que a “flexibilidade” no confronto com novas realidades, optando por vender menos e melhor, das pequenas séries de alta qualidade e bom preço, trouxe resultados.

Vencidos estes desafios há mais outros para vencer, o Ministro da Economia também olhou para o futuro e para as mudanças que estão aí no horizonte. “São mudanças muito significativas” – informou sem especificar. Mas entendeu-se que se referia à sustentabilidade e à digitalização com as quais o sector terá de se confrontar. Estas duas palavras chave influenciarão o esforço de adaptação que o têxtil e vestuário vão ter de enfrentar, de modo a que se vença os desafios do futuro e se satisfaçam as necessidades e a procura dos consumidores, para produtos cada vez mais com valor acrescentado e amigos do ambiente. É aqui que entra a inovação, levando Siza Vieira a recordar que “a região Norte tem sido a que mais progrediu em termos de inovação”, recordando-se que, afinal, em 1969, pela mão de seu pai, já havia participado na convenção de 1969. “A minha família vivia aqui em Matosinhos, em frente a uma grande fábrica têxtil vertical – a Efanor –, onde o meu pai, que era engenheiro, trabalhava. Ele participou na convenção e trouxe-me de lá uma magnífica pasta que eu passei a usar todos os dias na escola”, lembrou Pedro Siza Vieira.

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