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Quarta-feira, Maio 1, 2024

PAC: onde a arte e esplendor de José de Guimarães se afirma e conserva

Economia

José de Guimarães aumentou o seu espólio, no Centro Internacional de Artes com o seu nome, instalado na Plataforma de Artes e Criatividade (PAC).

Recorda “o prazer que sente na convivência que se renova, entre amigos” e entende este alargamento da sua colecção “como a consolidação do início de 2012 e que agora prossegue”.

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O acervo cultural é significativo e ganha dimensão, beleza, aparato e importância ao instalar-se no 1º andar do edifício da PAC, na avenida Conde de Margaride.

E está ali exposto com base num contrato de comodato celebrado, em 2011, entre o Município de Guimarães e o seu mais famoso coleccionador de arte e artista. “A atitude de quem entra… é o olhar… encontra-se sempre novidades e outras razões para se dar valor a culturas que desapareceram” – salientou na cerimónia que marca a sua nova doação de mais 98 peças.

Foi assim, que se assegurou “a estabilidade e consistência do projecto que então nascia na Plataforma de Artes e Criatividade” – escreveu o presidente da Câmara, Domingos Bragança, no opúsculo que assinala nova doação à Câmara; e se reuniu a mais completa colecção de arte de um artista vimaranense, cujo prestígio nacional e mundial é por todos reconhecido.

Apesar da luz fosca que ilumina o conjunto das peças, a colecção de José de Guimarães, de arte africana, arte arqueológica chinesa (jaspes, bronzes e terracotas), arte pré-colombiana do México, Perú, Guatemala e Costa Rica (terracota, têxteis e metais), parece emergir, com força, da penumbra, ganhando vida e aliciando o nosso olhar com cores diversas, formas diferentes, tamanhos, por vezes, desproporcionais, misturas de materiais, que dão beleza a cada conjunto e a cada peça em particular.

De um lado para o outro, de sala em sala, viajar pela colecção de José de Guimarães é um exercício cultural com contornos didácticos e pedagógicos. E deixar que a nossa imaginação se deleite e se perca no mundo da cultura e vá, também, de encontro às obras que o próprio artista criou com os seus gostos, emoções, perícia, pintando.

Agora e até 2033, José de Guimarães tem a sua arte em exposição permanente, “parte da sua jornada artística” numa “colaboração duradoura que passados 12 anos continua a fortalecer-se” – sublinha Domingos Bragança.

A arte e as colecções de José de Guimarães fortalecem “a capacidade de a cidade dialogar globalmente através da arte”, um conjunto de obras que se inserem “num discurso mais amplo de afirmação de Guimarães enquanto Cidade de Cultura” e que “a cada ano renova o seu compromisso com a educação e o enriquecimento cultural, com a diversidade, o entendimento e a aceitação mútua”.

E abre caminho à aproximação e diálogo, expositivo, com outras obras de artistas contemporâneos “estabelecendo pontes entre o passado e o presente”, potenciando “o surgimento de novas linguagens estéticas que transformam ideias”.

Sublinha o presidente da Câmara que “com este diálogo, não apenas se continua a escrever a história da arte como se preserva e mantém viva a tradição que lhe serve de inspiração”. E Guimarães, através do Centro Internacional de Artes José de Guimarães (CIAJG) “continuará a promover este diálogo capaz de superar as expectativas mais comuns”.

Daqui em diante… um museu como este terá de ser dinâmico

Paulo Lopes Silva, Domingos Bragança, José de Guimarães e Marta Mestre. © GA!

Marte Mestre, actual directora do CIAJG, escreve no mesmo opúsculo que nos últimos 12 anos, “cresceu o debate sobre a propriedade pública e privada de peças provenientes de tradições africanas e de outras partes do mundo”.

Depois de um longo período de colonização, “o consumo cultural e turístico” tornou-se “exocticizante”, o que ajudou a instalar na sociedade portuguesa acomodada quanto à sua relação com as antigas colónias.

E salienta a sua directora, “o CIAJG tem vindo a acompanhar estes debates”, faltando “estabelecer por inteiro a sua missão de museu para além do programa de exposições regulares”.

E “daqui em diante…” – acentua – “não nos podemos prender ao passado e ao que foi pensado”, vaticinando que “um museu como este terá de ser dinâmico ou sucumbirá”.

Marta Mestre não tem dúvidas de que “o projecto artístico e cultural do CIAJG será mais rico se abarcar os sentidos contraditórios destas existências materiais e humanas”.

E advoga que o mesmo se acomode no conceito ‘museu-mundos’, com um ciclo expositivo que aborde ‘Objectos perdidos’, renovando a relação enriquecedora do convívio com artistas contemporâneos.

E não vire costas ao debate cultural sobre o projecto CIAJG e como preservar o “sentido artístico” do projecto José de Guimarães; e de museu “polifónico” sobre a missão deste Centro Internacional de Artes, “conhecendo melhor as colecções que guardamos”, estimulando uma diversidade de posições “mesmo que contraditórias”.

Por isso, o enriquecimento da colecção José de Guimarães com mais 98 objectos, requerem um estudo e enquadramento devidos.

Marta Mestre, escreve que a doação de José de Guimarães “não é um fim mas um início…”, reforçando o sonho do artista que sempre desejou para o CIAJG “uma dimensão polifónica e inconformada”.

© 2024 Guimarães, agora!


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