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Segunda-feira, Maio 5, 2025

Eduardo Sá: “Há necessidade de pais que saibam dizer não” defendeu no Education Summit

Economia

A experiência é para repetir e a reflexão aponta para uma reforma na educação com um novo modelo escolar. Foram cerca de dois mil participantes e 60 oradores, por entre de workshops e exposições ao longo de três dias.

A associação Nova Escola estimulada pelo sucesso e a citação do evento já admite uma segunda edição em 2026.

“O evento superou todas as nossas expectativas. O feedback que recebemos de intervenientes e participantes foi muito positivo, pelo que viemos para ficar e voltaremos, certamente, em 2026”, sublinhou Renato Pacheco da organização.

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Uma plateia emocionada a aplaudir de pé Eduardo Sá que veio ao ‘Education Summit’ admitir que uma criança deve contar pelos dedos, falar pelos cotovelos e perguntar porquê e que Portugal é um país pouco amigo das crianças.

O psicólogo clínico que dispensa apresentações emocionou os cerca de dois mil participantes no evento que terminou, Sábado, em Guimarães.

Ouviu-se no pavilhão Multiusos dizer que “o sistema educativo deveria ser à imagem dos jardins de infância” e as “educadoras de infância são pessoas estranhas que contam histórias, o que coloca as crianças a pensar”

Eduardo Sá, assumido crítico do sistema de ensino vigente, defendeu que é “proibido” ensinar a ler e a escrever no jardim de infância, sendo este o local para as crianças “aprenderem a brincar com o corpo”. Aliás, Portugal é o país da Europa com mais crianças sedentárias. “Crianças que não brincam são crianças que não aprendem. Duas horas por dia a brincar é uma vitamina essencial ao crescimento. Brincar deveria ser Património Imaterial da Humanidade” defendeu, sublinhando que “escola de mais faz mal às crianças” e que “a escola não é o mais importante das suas vidas”.

Repetiu que “as crianças crescem num stress enorme, pois exigimos todos resultados. Deveria ser proibido entrar na universidade sem ter tido alguma negativa”.

Crianças precisam de ouvir não

Eduardo Sá falou, ainda, da necessidade de pais que saibam dizer não. “O ‘não’ não traumatiza as crianças. As pessoas confundem autoridade com autoritarismo”, salientou.

“A escola de hoje não pode ter os mesmos tiques da escola do século XIX.”

Manifestamente contra o uso de telemóveis nas escolas – porque crianças com ecrãs ficam agitadas, impulsivas, desatentas e infelizes – o psicólogo refutou os rankings dos exames e pediu para pais e professores lutarem por escolas inclusivas. “A escola de hoje não pode ter os mesmos tiques da escola do século XIX. A escola tem que ser um núcleo de resistência e não formar populistas de esquerda ou de direita. A escola reinventa-se todos os dias, porque felizmente há pais, professores e alunos”, concluiu.

Crianças odeiam as aulas, não as escolas

Outra das palestras emocionantes deste último dia de ‘Education Summit’ foi a de Marcos Piangers. O reputado autor brasileiro levou, por várias vezes, a plateia ao riso, com histórias familiares que culminam num mesmo objectivo: “pais e professores têm o dever de criar seres humanos preparados para a vida”.

Marcos Piangers concluiu que “a criança não odeia a escola, a criança odeia as aulas”. © Direitos Reservados

“O nosso papel é dar coragem à criança a fazer mais e melhor.”

Apontando o caso do Brasil, onde seis milhões de crianças não têm nome do pai na certidão de nascimento – Piangers é um desses casos – o palestrante motivacional apontou o papel de mãe (que nos ensina que tudo é possível) e do professor no sucesso da criança, dizendo mesmo que os educadores são “ninjas na profissão”, porque “aprenderam a fazer seres bons e a conectarem pessoas”. “As escolas ensinam-nos a saber fazer perguntas, não a dar respostas. Respostas são dadas pela vida. O nosso papel é dar coragem à criança a fazer mais e melhor”.

Exemplificando com vários exemplos mundiais de escolas de referência, Piangers vai mais longe e conclui que “a criança não odeia a escola, a criança odeia as aulas”. “Os alunos desejam escolas de sonhos, escolas com vida, não uma sala com quadros e computadores. Cada professor tem esse papel de mãe, porque ama o seu aluno e porque acredita que pode fazer a diferença”, finalizou.

O evento terminou com um concerto de António Zambujo.

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