A história releva o papel da mulher na resistência ao regime de antes do 25 de Abril. E serve-se do exemplo de Rosa Martelona, Virgínia de Moura e Rosinda Teixeira, três mulheres que no Vale do Ave deram corpo a essa resistência.
“Sobre a operária Rosa Martelona pouco se sabe, mas a sua coragem ao se insurgir contra a direcção de uma fábrica têxtil, ainda antes da Marcha da Fome dos anos 40, por não haver pão para ninguém, é suficiente para que não a deixemos cair no esquecimento. Naquele tempo, agarrar um director pelos colarinhos, ameaçando-o de ficar sem algumas partes do seu corpo, condenou-a a três meses de prisão; Virgínia de Moura, um dos maiores símbolos da resistência anti-fascista portuguesa, teve toda a sua vida marcada por perseguições, prisões e tortura pela então Polícia Internacional e de Defesa do Estado. Contudo, é de salientar que nunca deixou de lutar e, talvez mais importante, nunca deixou de sorrir; Rosinda Teixeira, a mais triste história da cobardia da rede bombista de extrema-direita pós-25 de Abril. Foi morta num atentado à bomba na madrugada de 21 de maio de 1976. Rosinda foi vítima de um sistema feudal que não era capaz de aceitar a democracia e o direito dos trabalhadores reivindicarem por melhores condições de trabalho. As três mulheres do passado do Vale do Ave, formam uma trindade de Luta, Força e Liberdade; e devem ser lembradas para inspirarem as gerações do presente e do futuro” – escreve-se na sinopse da peça.
‘Quem tem medo da Flor do Campo?’ desenvolve-se, assim, como uma criação artística, em torno e como um tributo e uma homenagem às três mulheres que deram corpo “à força de resistir contra um sistema opressor sobre as mulheres (do passado e do presente)”.
O TetrAcord’Ensemble fez de ‘Quem tem medo da Flor do Campo?’ uma residência artística que já passou por Ronfe e apresenta-se agora no Teatro Jordão (hoje, dia 2 de Maio pelas 21h30), integrando a programação do ‘Abril com Cantigas do Maio’ – a propósito das comemorações do 25 de Abril.
O grupo musical nasceu em Guimarães e é constituído por Sandra Azevedo (soprano), Marisa Oliveira (contralto), Leonel Gomes (tenor), Guilherme Moreira (baixo) e Simão Neto (piano). Formado em 2016, este ensemble caracteriza-se pela sua versatilidade e irreverência na escolha de repertório, que abrange géneros muito distintos, o que lhe tem permitido actuar nos mais diversos e referenciados palcos a nível nacional.
Fez a sua estreia em concerto no âmbito da programação cultural de Verão do Município de Guimarães, coincidindo com a inauguração de uma nova praça no centro histórico – Largo de Donães. Desde então, vem sendo convidado a participar nos mais diversos festivais nacionais e internacionais, tais como: ‘Anima-te’; ‘Brasilianisches Kulturfestival‘; ‘Caminhos da Natureza’; ‘Courage Club’; ‘Festival de Música de Cabeceiras de Basto’; ‘Festival Internacional de Música Religiosa de Guimarães’; ‘Guimarães Allegro’; ‘Karma is not a fest’; ‘Mucho Flow’; ‘Os Clássicos vão ao Interior’; ‘Sons no Património’; ‘ZigurFest’; entre outros.

Destacam-se várias apresentações em público, nomeadamente nas Festas da Cidade e Gualterianas, na sessão solene evocativa do ‘Dia da Liberdade’ pelas Comemorações do 25 de Abril, nas Comemorações do 20º aniversário da Elevação de Guimarães a Património Cultural da Humanidade, na cerimónia de abertura da 50ª Edição do Rally de Portugal e na Gala Conquistadores Centenário realizada no âmbito das comemorações do 100º aniversário do Vitória Sport Clube. Integrou os projectos ‘Sons da Liberdade’, ‘Tutti all’Opera’ e ‘Via Crucis – Iter Humanitatis’, onde assumiu um papel de evidência. Enquanto agrupamento solista colaborou com a Banda Musical de Caldas das Taipas e com a Banda Musical de Pevidém, sob a direcção dos maestros Charles Piairo Gomes e Vasco Silva de Faria. Teve uma participação especial no disco de Dada Garbeck, ‘The Ever Coming – Vox Humana’, editado pela Discos de Platão.
No domínio da acção social, organizou um Concerto Solidário de Natal a favor do programa ‘Guimarães Acolhe’ e participou nas galas aolidárias ‘Guimarães de Mãos Dadas’ e ‘HeArts in Action’. Em parceria com a Cáritas Arquidiocesana de Braga, protagonizou um concerto solidário integrado na Semana Nacional Cáritas. Alguns dos seus trabalhos foram já difundidos pela Antena 3, Porto Canal e Rádio e Televisão de Portugal (RTP).
Recentemente fez a sua estreia internacional em Itália, com a participação na Audiênci Geral presidida pelo Santo Padre, Papa Francisco, na Praça de São Pedro – Vaticano, contando com performances na Igreja de Santo António dos Portugueses, em Roma, e na Embaixada de Portugal junto da Santa Sé.
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