Ricardo Costa mostrou uma necessidade, no Sábado, quando foram apresentados os restantes candidatos do Partido Socialista às eleições de 12 de Outubro: “Precisamos de uma imprensa forte e sempre independente”.
Porém, para que a frase não seja mais um slogan e se fique por uma mera declaração é importante que reconheça, de facto e de direito, que o escrutínio é muito necessário na vida pública. Até para defesa dos próprios políticos… distinguindo os bons dos maus…
E para fazer jus ao que disse, noutra parte do seu discurso: “O que nos motiva são os valores humanistas da liberdade, da fraternidade e da justiça social”; e “agradecemos as críticas que nos ajudam a melhorar”.
No entanto, mais do que proclamar é preciso praticar, perceber o fenómeno da imprensa regional – que não é uma imprensa menor apesar de alguns assim o pensarem.
E tanto assim é que o Estado tem regras universais para todos no acesso aos dinheiros públicos, sem discriminação abstracta.
E, sobretudo, fazer e contribuir para que a tal necessidade de ter “a imprensa forte e independente” cumpra o seu papel e ajude no desenvolvimento da sociedade e do concelho.
“Muitos nem sabem ler o que está escrito e abatem o mensageiro com um simples tiro de alarvidades.”
Para lá chegar é preciso acabar com ideias feitas, catalogando os jornalistas e os órgãos de comunicação social como, “amigos e inimigos”, “os nossos e os dos outros”… como se todos pertencêssemos ao mesmo grupo. E de que uma notícia é boa e outra má, o que alguns papalvos disseminam como “ataques da mentira e do ódio”. Muitos nem sabem ler o que está escrito e abatem o mensageiro com um simples tiro de alarvidades.
A história não esconde casos de verdadeiros atentados à liberdade de informação, à livre concorrência, distorcendo o mercado por mero capricho e arbitrariedade (políticos), beneficiando uns em prejuízo de outros – com concursos públicos que são verdadeiros ‘contos de fadas’ e são como gato escondido com rabo de fora.
Lá fora, na outra Europa não se faz assim… e os jornalistas são tratados na sua dimensão humana com respeito, ninguém coloca a sua credibilidade em causa por intuição ou percepção. Os órgãos são tratados com regras, tudo é institucional, nada é pessoal.
E mesmo na distribuição de apoios – sem regras e a esmo ou afinidade, cumplicidade e afecto – a desigualdade persiste mesmo sabendo que “há sempre alguém que diz não”. Há muitos exemplos de chico-espertice nesta matéria, de pessoas que vivem no universo do candidato socialista.
A comunicação social não serve apenas para publicar editais ou dizer o que nos sussurram ao ouvido. E agora, multiplicar um número inusitado de fotografias do homem A e da mulher B.
Nas redacções, há quem faça tudo porque é mandado – permanecendo preguiçoso – e há quem investigue e mostre a realidade, nua e crua. E estes trabalham, esforçam-se e são até incomodados na sua função de verificar os factos.
Portanto, se compararmos a imprensa em Guimarães com a de Braga, por exemplo, vamos verificar que apoiamos mais os de fora do que os de dentro – mas sem reciprocidade (trataremos disso noutra altura); interferimos no mercado só por mera conveniência até ao dia que as entidades do sector actuem e façam justiça.
E julgamos fazer tudo com total impunidade como se fosse possível guardar segredos eternamente.
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