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Sexta-feira, Novembro 22, 2024

Sinais de crise (1): retrato social e económico de Guimarães

Quando o desemprego continua a subir, ninguém pode dizer que a crise já passou em Guimarães, pelo menos para os que dependem de um emprego no sector privado.


Há cada vez mais desempregados em Guimarães, realidade que poucos parecem ver e para a qual não apresentam soluções porque todos estes desempregados dependem do vigor das empresas e do estado da economia, a quem lhes pode dar emprego.

Em todos os meses de 2020, o número de desempregados subiu em relação a Dezembro de 2019, quando eram apenas 5546 os desempregados registados no Centro de Emprego de Guimarães (CEG).

NÚMERO DE DESEMPREGOS:

7337

O mês de Setembro, é o pior do ano, até agora: são mais 1791 desempregados comparativamente com Dezembro/19; mais 1010 cidadãos inscreveram-se no IEFP nessa condição; as mulheres continuam a liderar destacadas o exército de desempregadas. São agora 4260 contra 3077 homens, o que coloca em 7337 os sem emprego, no concelho de Guimarães.

A tendência de o desemprego continuar a incidir em trabalhadores (mais novos) em tempo de inscrição, ou seja em trabalhadores que no último ano se confrontaram com este flagelo social, ainda é mais confrangedor porque são estes cidadãos que não são aproveitados pela economia real e alguns deles ainda têm em construção uma carreira contributiva que lhes há-de garantir uma dignidade humana, em situação de reforma. Os trabalhadores cuja situação de desemprego já passou a carreira, por terem mais de um ano de inscrição no IEFP é agora de 2764, outro indicador que não foge à regra e sobe, sem sinais de recuperação ou estagnação.

Constata-se, pois, através dos motivos que leva os cidadãos a inscreverem-se no centro de emprego, que a precariedade laboral – por não renovação de contratos a termo certo – é a vaga maior do mar de desempregados. Em Setembro, também atingiu número recorde de 399 pessoas, sendo desde Janeiro o maior grupo, de 2394 cidadãos, com ocupação sazonal. Seguem-se os despedidos que são já 1916, ou seja uma média de 212,88 por mês. Mas há ainda outros motivos para se inscreverem no IEFP como desempregados: os que se despediram, mais 31 em Setembro, e neste mês também os que deixaram de trabalhar por mútuo acordo (43) ou que simplesmente se despediram (43), ou que passaram a trabalhar por conta própria e ainda por outro tipo de motivos não especificados. Um sinal positivo, nesta tormenta laboral: o número de trabalhadores colocados pelo IEFP, de 141 pessoas, sendo que 106 são mulheres.

© Infografia: Guimarães, agora!
© Fonte: IEFP

Finalmente, uma constatação que é moda, desde Janeiro, os trabalhadores com o ensino secundário, não param de se desempregar. Em Setembro, são 1832, cerca de 25%. Também os desempregados com curso superior chegaram aos 982, outro número recorde.

O número dos trabalhadores com habilitações inferiores ao 1º ciclo (antiga 4ª classe), são 227 em Setembro, estão estabilizados num universo de 209 (de Janeiro) e 227 (de Setembro); os trabalhadores com o 1º, 2º e 3º ciclos do ensino básico são 5507, o grupo mais flagelado, pela falta de emprego, ou seja mais de 75% dos sem emprego.

© 2020 Guimarães, agora!

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