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Quinta-feira, Novembro 14, 2024

Guimarães Jazz: Maria Schneider esta noite no Vila Flor

Economia

É um dos nomes maiores do jazz orquestral do presente e uma das mais prestigiadas compositoras e arranjadoras de big band do mundo, em resultado de um percurso notável de mais de quatro décadas ao mais alto nível da música internacional.

Maria Schneider regressa em 2024 a um palco que teve o privilégio de a receber por diversas ocasiões, a primeira das quais no início do milénio (2001) e a última já em pleno século XXI, mais precisamente em 2015, ano em que apresentou ao público do festival o magnífico álbum ‘The Thompson Fields’

“O seu corpo de trabalho composicional transcende géneros musicais e é caraterizado, segundo as palavras de um crítico de jazz proeminente, por uma ‘criatividade holística’, num limbo frutuoso entre a emoção e o conceptualismo; já as suas capacidades como condutora e arranjadora denotam uma precisão e um sentido lírico invulgares que justificam o imenso prestígio desta figura incontornável da música actual” – salienta uma nota informativa de A Oficina.

Neste concerto do Guimarães Jazz, Maria Schneider dirigirá a orquestra espanhola Clasijazz numa viagem retrospectiva pela sua carreira e obra musical, com paragens em trabalhos mais antigos e, espera-se, incursões pontuais noutros mais recentes, como o seu último registo discográfico, ‘Data Lords’, editado em 2022.

Maria Schneider nasceu em 1960 no estado do Minnesota e, após o seu período formativo em música, foi introduzida profissionalmente no jazz pela mão de Gil Evans, de quem foi assistente e com quem colaborou, entre outros trabalhos, na composição da banda-sonora do filme ‘A Cor do Dinheiro’, de Martin Scorcese, e de arranjos para os concertos do famoso vocalista Sting

Em 1988, Schneider funda a sua primeira banda, em parceria com o trombonista John Fedchock, e, quatro anos depois, nasce a Maria Schneider Jazz Orchestra. A sua estreia discográfica em nome próprio tem lugar com a edição do álbum ‘Evanescence’ (1994) e o primeiro grande momento de consagração institucional do nome da compositora norte-americana no circuito jazzístico mainstream chega com a atribuição do primeiro Grammy de Melhor Grande Ensemble de Jazz pelo álbum ‘Concert in The Park’ – uma obra que cruza o jazz e a tradição clássica com influências da música brasileira e do flamenco, e que, em 2019, foi seleccionada para preservação pela Biblioteca do Congresso norte-americano dada a sua extraordinária “relevância cultural, histórica e estética”.

Em paralelo ao seu trajecto como compositora e condutora, Schneider colaborou também ao longo do tempo com inúmeras orquestras e artistas de prestígio, sendo justo mencionar, pela dimensão simbólica desta colaboração, a sua contribuição para os arranjos do álbum ‘Blackstar’, o derradeiro (e testamentário) documento criativo do grande artista pop David Bowie. Para além da dimensão superlativa da sua obra, é importante também guardar uma palavra final para o activismo de Maria Schneider pela protecção dos direitos de propriedade intelectual e denúncia das práticas predatórias dos novos monopólios digitais, uma causa de inegável pertinência no contexto cultural do presente.

Nesta 33ª edição do Guimarães Jazz, a orquestra responsável pela interpretação das composições de Maria Schneider será a Clasijazz Big Band, uma formação relativamente recente nascida do projecto Clasijazz – uma instituição artística andaluz activa na divulgação do jazz e da música improvisada em Espanha – e que, no ano de 2020, evoluiu para um formato profissional que reúne dezassete prestigiados músicos espanhóis. A actividade desta big band é centrada em colaborações com músicos e maestros convidados, interpretando ou o reportório clássico de nomes históricos do jazz (como Glenn Miller, Benny Goodman ou Duke Ellington, entre outros) ou o trabalho original de compositores contemporâneos. Este é o caso de Maria Schneider, que neste concerto, usando a Clasijazz Big Band, revisitará composições antigas e, fará incursões nas suas obras mais recentes, entre as quais o seu último álbum ‘Data Lords’, escrito para um grupo de dezoito músicos de excelência do jazz actual.

© 2024 Guimarães, agora!


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