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Quinta-feira, Novembro 21, 2024

MICAM: calçado português mostra-se como uma forma de arte

Na maior feira do mundo de calçado que decorre em Itália há marcas e empresas vimaranenses a prestigiarem a embaixada portuguesa no certame.


Ambitious, Darita, Coxx-Borba, Cruz de Pedra, Fly London, Overstate, Paradigma, Suave e Take a Walk, são marcas de empresas de Guimarães que desfilam em Itália, durante a MICAM 2022, a maior feira mundial de calçado.

Para além de marcas, também identificam empresas, e são, afinal, produto que se exporta na sua maioria em percentagens elevadas. O contributo destas marcas para a balança comercial portuguesa e para o volume das exportações, chega a rondar, na sua maioria, valores superiores a 90%.

O programa COMPETE 2020 comparticipa este esforço promocional externa, numa estratégia definida pela APICCAPS e pela AICEP.

A MICAM só fecha as portas amanhã. Para voltar a reabrir em Setembro próximo, de 18 a 22. Portugal tem uma embaixada de 48 marcas que representam 35 empresas.

A feira marca um recomeço, depois da pandemia. E desenrola-se num ambiente em que a invasão da Ucrânia pela Rússia tolhe cerca de 2% das exportações. E condena um mercado emergente e em expansão.

Não são fáceis, os três dias de feira para as empresas, com este clima de incerteza a pairar sobre negócios e mercados que se agitam.

A feira adapta o seu horário de funcionamento mas não perde o seu encanto e beleza. Dir-se-ia que a MICAM 2022 é sempre boa para os olhos e muito boa para os pés, onde a moda do calçado se exprime com os seus melhores protagonistas e interpretes.

As colecções que as empresas participantes mostram neste certame, respeitam e absorvem quatro temas: tendências e materiais, sustentabilidade, moda de arte e herança cultural, e o futuro do comércio a retalho.

Para além de servir de posto de venda e de exposição do calçado mundial, a MICAM abre discussões sobre o futuro do sector. Uma discussão aberta ao conhecimento das tendências do presente e do futuro, uma incógnita que algumas empresas mais inovadores prometem desbravar.

Ponto de encontro da moda, a MICAM explora não apenas tendências ditadas pelo design como explora materiais de que será feito o calçado de homem e de mulher, uma resposta, afinal, ao que o consumidor exige na sua voragem de andar em cima da moda.

Na MICAM X é esse diálogo com o futuro que está aberto, entre seminários específicos e desenvolvimento de pesquisas que são apresentadas com novos materiais.

📸 MICAM Milano

A sustentabilidade passou a ser uma palavra a inserir no dicionário do calçado, capaz de mover as tendências do consumo, novos modelos e  do modelo de negócio. Também o calçado se move para uma nova economia, entre a circular e o verde, que permite, por vezes, reciclagens a quase 100% dos materiais utilizados.

No comércio, a retalho, a tecnologia mais avançada já se faz sentir, abrindo novos canais de distribuição, que se transforma com rapidez e que as marcas absorvem para manter a sua própria sobrevivência. A oferta e a presença nos mercados, como resposta a um novo estilo e modo de consumo, também entra neste desafio do futuro, com as tecnologias, os protótipos e as soluções e inspirações sustentam a estratégia do mercado e mostram o consumidor do futuro.

Beleza gera beleza, sabem os criadores de calçado. E por isso, há novos designers a marcar o retalho. Para criar um bom produto, é importante compreender de onde nasce a beleza e quando ela resulta da inspiração. Ou se funda na arte e na tradição, algo que atrai os consumidores que vê o seu produto a interagir com o ambiente. E aceita que se lhe incorpore a cultura.

As marcas nacionais, já absorvem estes conceitos que tendem a extrapolar para se manter na linha da frente do que o consumidor exige e precisa.

Também as empresas vimaranenses não se alheiam destes factores essenciais à industria do calçado, como evidenciam claramente nesta feira de Milão.

Os Portuguese Shoes estão na Itália com o seu savoir-faire, a inovação tecnológica, o design, não se deixando ficar para trás no que é a tendência do presente e do futuro.

A APICCAPS mostra nesta feira como a homenagem que faz à cultura portuguesa pode ser um motivo para a promoção externa do calçado português. Os actores Albano Jerónimo e Anabela Moreira dão vida aos quadros de seis pintores portugueses de referência, como Almada Negreiros, José Malhoa e Paula Rego.

“Pode a indústria ser uma forma de arte?”. Sim, é isso que está a fazer na primeira feira mundial do sector que se realiza duas vezes por ano em Milão, e onde o calçado português já conquistou um lugar de evidência.

“O sector exporta mais de 95% daquilo que produz”.

Paulo Gonçalves, director de comunicação da associação do calçado, reitera que “o sector exporta mais de 95% daquilo que produz – exportou 1676 milhões de euros em 2021, mais 12% face a 2020 e 6% abaixo de 2019 – e tem, como uma das suas missões, promover Portugal no estrangeiro como um todo”.

Reforça que “o calçado nacional é um bom embaixador de Portugal no mundo”, salientando a força das campanhas lançadas pela APICCAPS com fundamentais para que “as empresas ganhem dinheiro e possam pagar melhor aos seus trabalhadores”.

A campanha “Can an industry be a form of art?” é financiada pelo Compete e está orçamentada em 600 mil euros, um investimento que cobre a utilização das redes sociais, publicidade tradicional e promoção junto de clientes internacionais. “Só no youtube angariam mais de três milhões de visualizações por ano” – salienta Paulo Gonçalves.

📸 MICAM Milano

© 2022 Guimarães, agora!


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