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Quinta-feira, Novembro 21, 2024

Cercigui: a efervescente saída de Rui Leite

Há eleições em 8 de Novembro, para colmatar a debandada de dirigentes dos órgãos sociais após a saída de Rui Leite do conselho da administração.


A causa, agora, já não é o cenário de novas eleições ou a recorrente incompatibilidade com as suas vice-presidentes: Ana Paula Gonçalves, Manuela Teixeira e Virgínia Fernandes.

Rui Leite deixa a Cercigui porque “não tenho mais capacidade para me dedicar” já que, em Abril passado,  assumiu, no Vitória, outras funções. 

E demorou quase seis meses a comunicar a sua renúncia ao presidente da assembleia geral, cortando definitivamente o cordão umbilical com a cooperativa. Antes, Rui Leite, havia pretensamente declarado que “entre o cargo que lhe havia sido dado no Vitória e a Cercigui, optaria sempre pela Cercigui, onde tinha o coração”.

O presidente da mesa da assembleia geral, Sérgio Castro Rocha, deu-lhe uma ajuda nesta desvinculação, ao exarar “um despacho” com os tiques de direito e com recurso ao latim e à Constituição.

Sérgio Castro Rocha escreveu que sendo a Cercigui uma cooperativa de direito privado, qualquer dirigente tem a faculdade de se desvincular em sentido lato, sem necessidade de qualquer justificação”, reafirmando que “ninguém pode ser obrigado a fazer parte de uma associação/cooperativa nem ser coagido por qualquer meio a permanecer nela, seja em que posição for”.

📸 CERCIGUI

E no final deixa esta mensagem em latim: “E Est Modus in Rebus” – o que quer dizer que “em todas as coisas há uma medida”. Ou seja, a medida da dedicação de Rui Leite à Cercigui foi aquela e não estica mais. Com este pensamento de Horácio que, segundo os doutos, é um “conselho de moderação”, Sérgio Castro Rocha tenta responder aos “sócios indignados” que perguntaram onde está “o coração de Rui Leite” quando disse que entre o Vitória e a Cercigui, escolheria sempre esta.

Todos os órgãos sociais ficaram sem quórum após a renúncia de Ricardo Jesus, Sónia Lopes e Francisco Fernandes aos cargos na administração, de Márcio Bravo Silva e Jorge Silva da mesa da assembleia geral e a de Ricardo Almeida e Maria Conceição Ferreira, do conselho fiscal.

Aliás, o presidente do conselho fiscal, referiu que “fomos eleitos com um projecto que tinha um líder, uma estrutura e objectivos bem definidos” e como estes “pilares foram alterados deve ser dada a palavra aos cooperadores de forma a escolher novos responsáveis”.

Os não renunciantes são Ana Paula Gonçalves e Paula Fernandes, vice-presidente e vogal da administração e Ofélia Leite do conselho fiscal. E Sérgio Castro Rocha que como presidente da assembleia vai dirigir o acto eleitoral. E só por isso não acompanhou “o líder deste projecto”.

Porém, as circunstâncias mudam, as divergências internas permanecem, agora que a instituição vive com auditorias em curso, com origem na Segurança Social, o que origina que os mandatos que não chegam ao fim, com frequência.

Na carta de despedida que dirigiu aos colaboradores, Rui Leite escreve que “chegou o momento de terminar a minha missão na Cercigui”. E afirma que “quero que saibam, que no próximo acto eleitoral não serei candidato nem farei parte de qualquer lista a nenhum nível, nem sequer apoiando”.

“Pretendo pois, fechar um ciclo, certo que o próximo será de crescimento e melhoria contínua, caminhando todos juntos na mesma direcção” – salienta.

📸 GA!

Bruno Faria que, nas últimas eleições foi oponente de Rui Leite, já tem a sua candidatura organizada, quer haja ou não mais concorrentes. Ana Paula Gonçalves, vice-presidente ainda em funções, pode ser a sua opositora mas ainda não foi revelada a sua intenção.

Um comunicado de “sócios indignados” dá conta que os órgãos actuais caíram por falta de quórum e que a Cercigui já viveu períodos de tumulto, em mandatos anteriores, por repetidas “dissidências” entre Rui Leite e as suas vice-presidentes.

© 2021 Guimarães, agora!


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