Numa intervenção com a alma e a marca do escultor Dinis Ribeiro e da empresa Artecanter, o adro da igreja da paróquia de S. Cosme e S. Damião da Lobeira, está transformado e vivo.
A Artecanter conseguiu uma boa solução arquitectónica e construtiva para a remodelação do adro da igreja da paróquia milenar de S. Cosme e S. Damião da Lobeira, com história no património religioso do concelho.
A transformação do adro conseguiu destacar agora aquele conjunto numa visão mais integradora em que tudo se conjuga: património, paisagem, materiais, história e religiosidade.
Os bancos e guias de granito que dão força à intervenção, a argamassa cor de barro, utilizada nos espaços entre o lajeado, os sobreiros colocados sem incomodar a vista geral, a bica de água e, também, uma cruz enorme, de ferro, que fica, ali, altaneira, fortalece aquele conjunto com um ar contemporâneo, sem lhe afectar a sua história e raízes.
O templo, um ícone da milenar paróquia de S. Cosme e S. Damião da Lobeira, de que já se falava em 1758, sofreu várias alterações ao longo do tempo. E, hoje, integra-se no território da freguesia de Atães.
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A remodelação do adro agora consumada, numa iniciativa da Fábrica da Igreja, resultou na renovação do espaço religioso com a dignidade bastante para lhe manter a beleza e qualidade, sem lhe ferir a história de uma das mais antigas igrejas paroquiais do universo religioso local.
À história milenar de S. Cosme e S. Damião de Lobeira, correspondeu a Artecanter com uma intervenção modelar, conhecendo-se a apetência dos irmãos Dinis e Martinho para tratar bem a pedra e o ferro, em conjunto ou separadamente.
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E foi isso que aconteceu no adro da igreja. O escultor usou os números para explicar os contornos da obra em si: as escadas com três degraus que lembram o Pai, o Filho e o Espírito Santo; os cinco bancos que associa o número ao ser humano; a entrada em módulos de três e cinco pedras. Entre números e superfícies rectangulares e quadradas se explicam os fundamentos da solução arquitectónica encontrada para o chão do adro coberto de uma argamassa de barro, em tons mais claros.
Até à de bica de água, com a forma de um garrafão granítico, embutido, no meio de quatro superfícies de pedra da região, dá uma graça a quem se depara com um adro renovado que pode ser usado, para descanso ou para estar, com ou sem actos religiosos.
Também os cinco sobreiros, a espécie escolhida para domar o conjunto granítico, foram justificados pela utilidade que lhe davam os visigodos.
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Por fim, o ferro, de uma cruz de Cristo, concebida, quase como uma árvore, com arte nas formas – não forçosamente rectilíneas – e com a tradição associada a Cristo crucificado, acabou como elemento complementar da intervenção. E enquadrada na visão global e panorâmica que se avista daquele ponto alto de Atães com olhos postos no extenso vale de S. Torcato.
Dinis Ribeiro volta a evidenciar que não é apenas mestre da pedra e das formas não rectilíneas em que a transforma e lhe dá vida. Também usa e utiliza o ferro, oxidado, com o qual encontra soluções curiosas como acontece com esta cruz singular que fica a fazer parte do património religioso.
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