A cerimónia integrou as comemorações do 24 de Junho, pretendendo marcar um momento de união entre a história e o território. Odete Lemos, presidente da Junta realçou a importância simbólica e histórica do local onde a nova infra-estrutura foi construída.
“Segundo a tradição dos habitantes de São Martinho de Candoso, a palavra Reboto deriva de Envolto e Revolto. No dia 24 de Junho de 1128, o rio Selho ficou revolto de sangue. Sangue dos mortos e feridos da Batalha de São Mamede, travada ali na Veiga de Creixomil, que abrange territórios das freguesias de Creixomil, Silvares, São Tiago e São Martinho de Candoso”.
“Apareceram restos de espadas e de lanças enferrujadas, quando os agricultores lavravam a terra.”
A autarca evocou ainda a memória oral da freguesia, sobre os vestígios deixados pela batalha: “Bem perto do Reboto, existem os campos das Filadas e do Mortório. Esses nomes não surgiram por acaso. Dizem os mais antigos que nesses e nos outros campos ali ao lado, apareceram restos de espadas e de lanças enferrujadas, quando os agricultores lavravam a terra”.
Histórias contadas também por Salgado Almeida, médico, artista e criador do memorial, filho da terra que usou da palavra para se congratular pela obra, agradecer o empenho da Junta e da Câmara e descrever o projecto. “O memorial colocado no centro da rotunda é formado por um pilar de granito, suportado por um pedestal que aumenta a sua visibilidade, numa das faces, uma espada de ferro destaca-se no suporte e, no alto, assume a forma de cruz, reforçada à noite por luz nela colocada, abaixo da espada, uma placa dá nome à obra, Pilar da Fundação. Do outro lado, uma placa de ferro evoca os guerreiros da batalha, Afonso está no cimo. Pedra, ferro e luz; a terra, as armas e o espírito”. Concluiu a sua intervenção declamando para todos os presentes o poema a Dom Afonso, extraído da ‘Mensagem’ de Fernando Pessoa.
“Ora a melhor forma de o fazer é tornando este histórico dia em feriado nacional.”
Domingos Bragança, presidente da Câmara Municipal começou por “saudar o escultor, pintor Salgado Almeida, que esculpiu este monumento à Batalha de São Mamede. É a tradução fiel do que foi a Batalha de São Mamede. Está tudo aqui! A identidade e espírito de pertença dos vimaranenses tem razões históricas e, por isso, deve ser partilhado por todos. Ora a melhor forma de o fazer é tornando este histórico dia em feriado nacional. O saudoso José Matoso, grande historiador medieval, é claro nas obras que editou quando declara, inequivocamente, que a Batalha de São Mamede é o início de Portugal, é o momento em que se regista o nascimento de Portugal”.
Acrescentou que “é uma ambição que tenho, e que gostava de ver concretizar-se até Junho de 2028, por ter erigido um monumento comemorativo do Dia UM de Portugal em cada uma das freguesias que constituem o nosso concelho. A primeira já aqui está, motivo de grande orgulho para todos os vimaranenses”.
A inauguração da rotunda do Reboto representa, assim, mais do que uma melhoria urbana: é uma afirmação da identidade local, uma homenagem à história e uma reivindicação de justiça histórica.
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