O resultado histórico das últimas Autárquicas em Guimarães é um sinal inequívoco de mudança. Pela primeira vez em décadas, a maioria PSD/CDS assume a liderança da Câmara Municipal. É um acontecimento que muitos saudaram como o início de uma nova era – e, de facto, o pode ser. Mas uma mudança verdadeira não se mede apenas por quem ocupa o poder executivo. Mede-se pela coragem de fazer diferente, pela vontade de servir e pelo compromisso com o progresso social. E é precisamente aí que entra o papel decisivo da Assembleia Municipal.
Nos próximos anos, é neste órgão que se jogará o equilíbrio entre a continuidade e a renovação, entre a mera gestão rotineira e a transformação autêntica. Guimarães precisa de um impulso novo, de quem não tema dizer o que tem de ser dito nem exigir o que tem de ser feito. A voz do povo foi clara: não basta mudar de cor política; é preciso mudar de atitude, de prioridades, de resultados.
Quem nos elegeu espera vigilância, exigência e firmeza. E é esse o compromisso que assumimos – garantir que o poder não se acomoda, que a Câmara é escrutinada, que as promessas não ficam no papel. Guimarães não pode continuar presa a um modelo que, apesar de alguns méritos, deixou demasiadas pessoas para trás: jovens sem oportunidades, famílias esmagadas por impostos e rendas, freguesias esquecidas e uma economia local que tarda em reagir.
Há um cansaço evidente perante o discurso da “continuidade tranquila”. O que Guimarães precisa é de ação concreta, de políticas corajosas que devolvam dignidade às pessoas e dinamismo ao território. Habitação, saúde, transparência nos concursos públicos, menos burocracia, mais apoio às PME, investimento em segurança, transportes e requalificação urbana – estas são prioridades reais, não slogans.
É também tempo de devolver voz às freguesias, muitas vezes reduzidas a meros figurantes num palco municipal centralizado. A proximidade é a essência do poder local, e não há progresso sem escutar quem vive os problemas todos os dias.
“Não temos medo de votar a favor quando a causa é justa, nem receio de dizer “não” quando se tenta perpetuar vícios de governação.”
Na Assembleia Municipal, estaremos atentos. Não para bloquear por bloquear, mas para garantir que cada decisão serve os vimaranenses e não apenas a máquina política. O nosso papel não é o de espectador nem de figurante. É o de fiel da balança – entre a estagnação e o avanço, entre o compromisso vazio e a verdadeira mudança. Não temos medo de votar a favor quando a causa é justa, nem receio de dizer “não” quando se tenta perpetuar vícios de governação.
Guimarães merece mais. Merece um poder local que olhe para o futuro com ambição, mas também com justiça. Que não se limite a gerir o que existe, mas que construa o que falta. Que respeite o trabalho, o mérito, a iniciativa, a liberdade de todos.
O povo é que mais ordena – e ordenou claramente que se fizesse diferente. Agora, é tempo de honrar esse mandato. De provar que há quem leve a sério a confiança depositada. De garantir que cada voto conta, que cada promessa se cumpre, que cada cidadão é ouvido.
Guimarães inicia um novo capítulo. E cabe-nos a todos – mas sobretudo a quem tem a responsabilidade de fiscalizar, de propor e de decidir – assegurar que este capítulo não seja apenas uma mudança de protagonistas, mas o início de uma verdadeira viragem. Uma etapa de progresso social, de justiça, de dignidade e de futuro.
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