Marca um estilo de vida, incita à prática do desporto informal, leva os seus praticantes a viver em comunhão com a natureza, por entre espécies vegetais e arbóreas, subindo e descendo caminhos, sulcando pequenas montanhas e colinas, num sobe e desce aceitável, passando ao lado de rios e riachos, deixando a estrada e utilizando caminhos secundários, preterindo a cidade e preferindo a aldeia e as áreas rurais.
Estes “trails” são, hoje, em Guimarães, organizados mais pela Juntas de Freguesia do que por associações, num plano de animação das suas terras, do pequeno comércio local, um motivo para tirar da cama homens e mulheres, de todas as idades; também têm uma “componente” política porque fazem brilhar a imagem do autarca e da sua autarquia.
© Pedro Almeida
Ligados aos “trails” estão as caminhadas – estas mais propensas à utilização do espaço público e urbano, apesar de se poderem desenvolver ao estilo “todo o terreno” por montes e vales do tecido mais rural.
São já uma “moda” que pode juntar famílias, casais, namorados, membros de associações, de clubes e outros grupos.
Tendem a ter associada uma componente de solidariedade porque geralmente são pagos a troco de um “kit” – uma t-shirt dentro de um saco e uma tela com número em função das inscrições realizadas. E a receita pode reverter para uma associação, ajudar uma pessoa incapacitada, ser receita de um movimento qualquer que ajuda quem trata de um doença incurável. E podem ser até receita das autarquias, embora não se conheçam bem os contornos da sua contabilização.
Com estes ingredientes, qualidades, programas, regularidade e local onde se realizam, os “trails” cumprem bem a função de ocupação de tempos livres e de modalidade de desporto informal, que pode contribuir para uma vida saudável e para um bem-estar da população. Sabe-se que também são participados por segmentos da população: os casados, os de meia idade, as mulheres (mais propensas a abrir um escape alternativo à rotina da vida doméstica).
E cumprem uma função social, ligada ao culto da imagem, do convívio entre amigos. São vulgares as reportagens individuais nas redes sociais, de quem está “in” nestes trails, exibindo-se fotografias várias e diversas, individuais ou colectivas, num espaço social hoje fortemente tecnológico, acessível e prático. Cada um faz a sua própria reportagem, quase sempre sem texto e com uma galeria de fotos, que chega a ser um exagero, apesar da curiosidade que possa suscitar aqui e ali, a este ou àquele!
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