Não podemos deixar a comunidade política à solta…

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O desenvolvimento de Guimarães, também, está dependente do papel que a sociedade desempenha através dos seus actores sociais, culturais, económicos, desportivos. E outros.

A classe política e os ocupantes de lugares políticos têm de ser mais exigentes consigo mesmo e não transformarem a administração pública municipal – ou para-municipal – numa coutada de interesses comezinhos particulares e num pasto onde alimentam e elevam a sua qualidade de vida em níveis que jamais a população terá.

A elite política é, hoje, mais qualificada do que antes. Basta ver o grau de licenciatura comum à maioria dos candidatos, os MBA’s que carregam como jugos que colocam sobre os cidadãos. Mas isso não significa que tenham a sabedoria toda – quando localizam o bom senso em níveis de vão de escada, uma qualidade que qualifica mais os “políticos” que nos governam do que as suas habilitações.

Hoje, os senhores Doutores são-nos apresentados – e impostos – pelos microfones e alti-falantes da propaganda. Porquê? Por serem mais? Para definirem a fronteira entre o povo trabalhador, humilde, que é a força do trabalho das nossas empresas?

Sente-se que a insistência em tratar os nossos dirigentes políticos – por Doutor fulano de tal, é uma afronta a uma comunidade iletrada que vota e sustenta os partidos mas que se lhe atira aos ouvidos, o insistente slogan“com a presença do Dr. fulano de tal”…, como se ouve nos anúncios dos comícios e sessões que se fizeram por essas freguesias.

“O “bairrismo” na defesa de interesses gerais, não pode ficar a cargo de uma minoria ou de um partido político.”

À comunidade vimaranense deve exigir-se, também, mais. O “bairrismo” na defesa de interesses gerais, não pode ficar a cargo de uma minoria ou de um partido político. Ou de activistas do outsourcing, dos consultores, pagos para que digam o que nós queremos.

É premente que haja mais diálogo entre todos para lá do selo que muitos colam na testa do “eu sou socialista, social-democrata, liberal ou comunista”… em detrimento do “eu sou vimaranense”. E haja discussão durante todo o ano e não numa época específica não deixando os interesses de Guimarães apenas nas mãos e nas decisões dos ocupantes de cargos políticos.

A sociedade tem de mexer-se e cada um de nós não deve apenas preocupar-se com os seus problemas esquecendo os da sociedade. Deve ser mais exigente, informando-se, e não bebendo da espuma dos dias, das verdades que interessam a uns, da manipulação que se faz para obter o seu voto e o seu apoio.

Todos devemos saber – e uns mais que outros – que a mentira tem perna curta, de que os factos são sempre implacáveis, de que nada se esconde hoje permanentemente pois, há vários caminhos para chegar a Roma. De que não vamos alimentar a supremacia intelectual de uma determinada espécie, casta ou comissão política concelhia de qualquer partido que pode acabar com o cheiro a perfume da nossa democracia e activar práticas do nazismo de Hitler.

Arendt defendeu que o totalitarismo se alimentava da solidão e da incapacidade de distinguir entre verdade e ficção. Por outro lado, devemos crer que a novidade já não é a mentira mas sim a anestesia moral que a acompanha.

Do pessoal político, a sua qualidade vai ser posta à prova, o desenvolvimento actual define-se por padrões altos, sob pena de algumas cidades ficarem para trás; são precisas decisões – e não adiamentos – para problemas comuns e simples e não para projectos megalómanos ou obras faraónicas.

Chega… de homens providenciais – que sendo-o só escondem as suas fraquezas – alimentemos a participação de todos, não subjugamos os vereadores ao poder do “chefe supremo”, deixemos a liberdade funcionar – a única forma de testar a competência de alguns – e perceber o valor do colectivismo.

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