A estratégia de propriedade multi-clubes do Black Knight Football Club (BKFC) passou a incluir o Moreirense, depois do AFC Bournemouth (Inglaterra) e do Auckland FC (Nova Zelândia), além de investimentos minoritários significativos no Hibernian FC (Escócia) e no FC Lorient (França).
Este modelo multi-clube internacional “prioriza o sucesso nos mais altos níveis do futebol mundial por meio de recrutamento e desenvolvimento de jogadores mais eficientes e coordenados e da optimização de oportunidades comerciais em todo o grupo”.
A assembleia-geral do clube, mais participada de sempre, com 320 sócios presentes a encher o Centro Pastoral de Moreira de Cónegos consagrou a estratégia de Vítor Magalhães de colocar “o clube de uma vila” na rota do capitalismo futebolístico europeu à mercê do poder do dinheiro de fundos e capitalistas americanos. A venda da maioria das acções da SAD ao grupo BKFC, fundo liderado pelo empresário norte-americano Bill Foley, acabou por ser aprovada.
O actual presidente do Moreirense Vítor Magalhães anunciou um reforço financeiro de 15,8 milhões de euros, sendo que cerca de 10 milhões são para a conclusão da Vila Desportiva.
Um dos arquitectos responsáveis pelos projectos, com recursos a fotografias das maquetes, João Sampaio mostrou o que será o futuro do Moreirense, em termos de infra-estruturas. A Vila Desportiva cuja primeira fase está a terminar, tem dois relvados naturais, um relvado sintético e um edifício para a formação de jovens jogadores. A segunda fase vai iniciar em breve e contempla dois relvados naturais, bancada coberta para 2.000 pessoas e o edifício principal.
A terceira fase foi uma novidade nesta apresentação com a construção do novo estádio do clube, para o qual foram já adquiridos mais dois terrenos na quinta da Devesa. Um estádio com capacidade para 10.000, com 500 lugares de estacionamento privado, 2.500 a 3.000 lugares de estacionamento público.
Vítor Magalhães dirigiu-se depois aos associados, apresentando as razões desta venda da maioria da SAD, que em sua opinião é “o caminho para a longevidade”.
“Temos aqui jovens que não sabem a realidade da vida, jovens, que nunca passaram este trajecto do Moreirense até hoje.”
Dirigindo-se especialmente aos mais jovens referiu que “o sucesso nunca é individual. É colectivo. Temos um ponto importante, que é o ano da fundação, 1938. E, hoje, temos que nos posicionar no que é o panorama nacional e internacional do futebol. Temos aqui jovens que não sabem a realidade da vida, jovens, que nunca passaram este trajecto do Moreirense até hoje. Mas nós estamos aqui. Para tentar dar um outro passo e este eu acredito que será um dos passos, com uma importância enorme, tirando a fundação”.
Reforçando que o Moreirense “não pode continuar a viver de determinadas pessoas, um clube que é respeitado de Norte a Sul do país e fora do país e que tem a dimensão que tem e somos o que somos”.
O presidente informou que “não faltava quem quisesse comprar a SAD do Moreirense. Mas nós víamos apenas que se tratava de dinheiro. É nós não queremos isso. Para o Moreirense temos uma certeza: vai ficar muito melhor”.

A votação dos seis pontos em agenda, todos relacionados com a venda da maioria da SAD e todos aprovados por maioria, significa que 94 por cento dos associados votaram favoravelmente a venda da SAD. O grupo Black Knight Football Club fica a deter 70 por cento do capital social, o Moreirense 10 por cento, os outros 20 por cento já tinham sido anteriormente adquiridos por outros accionistas.
Entretanto, o Moreirense continua dono do seu património, o BKFC pagará uma renda pela sua utilização e fruição. Nos objectivos enquadrados nesta transformação do clube são: acabar a Vila Desportiva nos próximos dois anos, ter um hotel associado ao complexo desportivo, numa área de 150 hectares.
Incluindo mudar o paradigma desportivo e a ambição do Moreirense no futebol nacional, pois com oito milhões de orçamento por época, com as actuais instalações, o clube jamais poderia disputar uma competição europeia que passa a estar nas ambições da SAD – também com uma nova configuração: o actual montante capital social vai ser aumentado, a administração será composta por Vítor Magalhães e dois administrados indicados pelo clube, num total de cinco em que BKFC fica apenas com dois.
Os sub-19 – juntam-se ao futebol profissional – como equipa que figurará na SAD – dando consistências a um projecto desportivo que contempla uma equipa para as competições mais importantes e uma de formação.
O estádio Comendador Joaquim Almeida Freitas manter-se-á e, no futuro, pode ser o palco principal dos escalões dos sub-17 e inferiores, tal como futebol feminino.
A SAD a emergir deste acordo perdurará por 30 anos, findos os quais reverterá de novo para o Moreirense. Curiosamente vai apostar, numa área geográfica de “grande potencial”, com cerca de 50 mil habitantes, abrangendo o sul do concelho de Guimarães – em volta de Moreira de Cónegos – penetrando no concelho vizinho de Santo Tirso, nas freguesias de Vilarinho e São Martinho do Campo.
“Com o actual modelo de implantação, um clube com cerca de dois mil sócios e mil que vão à bola ao Domingo, tem muitas hipóteses de crescer nesta área geográfica vizinha” – antevê um sócio do Moreirense que participou na Assembleia Geral.
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