Visão estratégica de um projecto para marcar a região
Guilherme Pereira, vice-reitor da Minho, faz parte do tridente de “operários”, “pensadores” e “dinamizadores” do I9G. “Atesta” o comprometimento da Universidade com um projecto com uma visão estratégica fundamental e que urge implementar. Concorda que agora, só falta mesmo a expressão da vontade política – informalmente manifestada pelo Ministro da Economia e pelo então Secretário de Estado que hoje é o Ministro do Planeamento – por parte do governo, de modo a garantir e assegurar o seu financiamento, pelo OGE ou pelo quadro comunitário da UE.
Guimarães, agora! – O I9G juntou a Câmara Municipal e a Uminho, mais uma vez, num projecto marcante para a região…
Guilherme Pereira – É, de facto, um projecto conjunto da CMG e da UMinho – com a colaboração muito importante do Dr. José Oliveira (Bosch) que nos empresta uma experiência vasta de colaboração ao mais alto nível com a própria UMinho. Direi que o I9G é uma iniciativa pioneira em Portugal – mas que pode e deve ser disseminada por outras regiões do país. O comprometimento da UMinho neste projeto é inequívoco, só precisa de ser devidamente suportado por vontade política e por um quadro de financiamento adequado.
GA! – Este projecto pode ser a âncora que falta á relação universidade/empresas que se deseja mais profunda e mais próxima?
GP – Sim, a Câmara Municipal de Guimarães e a Universidade do Minho uniram-se para criar um contexto de inovação, com especificidades regionais, adequado à efetiva transferência de conhecimento crítico produzido na Universidade e nas suas entidades de Interface, para as empresas sediadas na sua envolvente – concretamente as empresas envolvidas no Projeto “Guimarães Marca”. É também objetivo deste projeto envolver outras unidades do sistema científico e tecnológico da região.
GA! – O que se pode esperar do I9G?
GP – Pretende-se aumentar a capacidade organizacional e o conhecimento das empresas, contribuindo para a concretização de um dos objetivos estratégicos da autarquia – a criação de emprego altamente qualificado, que permita a atração e fixação de novos talentos na região. O objetivo I9G será o de capacitar o tecido industrial do Município e aumentar a sua atractividade para o desenvolvimento de atividade industrial competitiva no contexto da revolução industrial e da transformação digital em curso e em alinhamento com os objetivos para o desenvolvimento sustentável das Nações Unidas.
GA! – Quais são, no seu entender, os pilares deste projecto?
GP – O projeto I9G assenta em quatro vetores estratégicos que se assumem como pilares fundamentais de capacitação das empresas da região – ciência e tecnologia, capacitação de recursos humanos, investimento produtivo e factores dinâmicos de competitividade. Perseguir estes vetores estratégicos garante um impacto significativo, quer social quer económico, para as empresas e para a região.
GA! – O que falta agora para se avançar decididamente na sua implementação?
GP – Conhecendo-se o contexto que a CMG e a UMinho tem vindo a trabalhar – e a sintonia que já demonstraram em lhe dar vida -, resta esperar pela vontade política e financiamento ajustado a esta visão estratégica de rejuvenescimento estrutural das PME’s de uma região – o Vale do Ave – que dotará as empresas com um conjunto de competências críticas que lhes permita o desenvolvimento de novos produtos e serviços, reforçando o valor para a economia nacional, ajudando-a a tornar-se mais competitiva e ainda mais exportadora, capaz de suportar melhores salários, melhorando a qualidade de vida dos seus colaboradores.
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