Há modas na alimentação que são fogo-de-artifício: aparecem, fazem barulho, ficam bonitas nas redes sociais, mas, passado pouco tempo, já ninguém quer saber. Mas também há tendências que chegam de mansinho e acabam por ficar. Não porque são “fixes”, mas porque resolvem um problema real. Em 2026, vamos dar mais cor ao nosso prato e cuidar mais de nós!
A forma como falamos de comida está a mudar. Sentimos isso em todo o lado: mais bom senso e consistência e menos conversa de “milagres” ou “proibições”. Cada vez mais surgem as perguntas simples: “isto está a fazer-me bem?” ou “isto é sustentável para o planeta e para a minha carteira?”. Há um cansaço geral. Cansaço dos alimentos ultraprocessados, de rótulos com meia enciclopédia, de ingredientes que parecem códigos. Cansaço de comer “qualquer coisa” e, no fundo, nem sabermos bem o quê. Ao mesmo tempo, a saúde digestiva passou a ser um tema. Hoje, as pessoas querem sentir-se leves, ter mais energia, dormir melhor, não viver numa montanha-russa de fome e desejos. Querem comer e, simplesmente, sentir que tudo funciona melhor.
Depois há o dia a dia: comer saudável não pode ser um luxo ou um hobby caro. A tendência que assumo para 2026 é esta: praticidade com qualidade. Menos perfeição “instagramável”, e mais, “é possível incluir isto na minha rotina”.
“Resumindo, quanto mais cores temos no prato, mais provável é estarmos a variar nutrientes.”
É aqui que entra o Eat the Rainbow. Uma ideia tão simples que quase custa a acreditar. Resumindo, quanto mais cores temos no prato, mais provável é estarmos a variar nutrientes. Esta diversidade é meio caminho para ingerirmos mais fibras, vitaminas, minerais e antioxidantes. Claro, sem ter de contar calorias, pesar comida ou inventar uma dieta nova todas as semanas.
Um prato com espinafres, cenoura, tomate, pimento, feijão, ovo… e uma fruta no fim da refeição não tem nada de “exótico”. Mas uma densidade nutricional diferente do clássico arroz e frango grelhado. E o melhor? Não obriga a radicalismos. Não há porque começar a fazer 24 horas de jejum amanhã. Não temos de começar a viver de batidos. É só uma mudança na perspetiva. Em vez do acompanhamento de sempre, optar por uma salada com roxo (couve-roxa), laranja (abóbora), verde (rúcula), vermelho (tomate) e amarelo (pimento). Numa daquelas noites em que não temos paciência para nada, um “arco-íris” pode ser só: sopa de legumes, acompanhada de omelete com uns espinafres e uma fruta. Não é épico, mas é consistente. E é isso que muda o jogo.
Temos de pôr em prática o movimento Eat the Rainbow. E porquê? Porque não transforma a comida numa batalha moral – “poder ou não poder” ou “cair em tentação”. É só: “vamos tornar a nossa alimentação um bocadinho melhor, sem complicar”. E, ainda melhor: devolve o prazer. Comer com cor é mais apetecível. Parece mais comida “a sério”. E quando algo é agradável, torna-se repetível e é a repetição que cria resultados.
No fim, a melhor tendência não é a mais sofisticada. É a que dá para fazer a uma segunda-feira à noite, com o frigorífico meio vazio, depois de um dia de trabalho e, mesmo assim, sentires: “ok, hoje cuidei de mim”!
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