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Sexta-feira, Maio 16, 2025
Sebastião Morais
Sebastião Morais
Advogado na QUOR, dedica-se a aproximar o Direito à sociedade civil, promovendo a literacia jurídica. À frente da QUOR Advogados, combina experiência técnica com prática empresarial, oferecendo uma abordagem clara e acessível sobre temas legais. É formado em Direito e pós-graduado em Direito e Informática.

Votar é dizer quem somos: um Apelo à Consciência

Entramos no mês das eleições legislativas num clima de fragmentação política que levanta uma questão crucial: o que acontece a uma democracia quando o centro encolhe e os extremos crescem?

Historicamente, o centro político – onde coexistem diferenças, mas também o respeito pelo diálogo e pela construção de consensos – tem sido o garante da estabilidade e da maturidade democrática. Quando o centro se fragiliza, cresce a tentação dos discursos fáceis: nós contra eles, bem contra mal, soluções rápidas para problemas complexos. E, nesse terreno, prosperam as forças mais radicais, tanto à direita como à esquerda.

Este fenómeno não é apenas português. Em várias democracias consolidadas, a erosão da moderação abriu espaço a polarizações perigosas, a simplificações abusivas e a propostas que trocam liberdade por promessas de segurança absoluta ou de justiça imediata. No entanto, a liberdade nunca foi obra de atalhos: é construção diária, é paciência perante a diferença, é responsabilidade diante das escolhas.

O voto útil não é apenas um voto estratégico – é um voto consciente, informado, refletido.

Votar é mais do que escolher partidos. É decidir que tipo de país queremos ser: um país capaz de debater sem se destruir, de discordar sem se aniquilar, de proteger as liberdades sem as transformar em armas contra o outro. É optar por preservar o espaço comum onde caibam todos, mesmo aqueles com quem não concordamos. O voto útil não é apenas um voto estratégico – é um voto consciente, informado, refletido. É o voto que entende que nenhuma eleição é apenas sobre hoje: é sobre aquilo que queremos proteger e construir para as próximas gerações.

Na QUOR, acreditamos que a cidadania começa com responsabilidade e se concretiza na participação informada. Defender o Estado de Direito e os valores democráticos não é apenas um dever dos governantes – é um dever de todos. Não basta falar de liberdade – é preciso cultivá-la com exigência, com respeito e com coragem. A abstenção, a apatia ou o voto de protesto cego são luxos que uma democracia nunca pode dar-se ao luxo de alimentar.

Este 18 de maio, ao votar, pensemos não apenas nos nossos interesses imediatos, mas na comunidade que construímos todos os dias com as nossas escolhas. Porque cada cruz no boletim é também uma declaração de quem somos – e do que esperamos para o país onde queremos viver.

Em democracia, cada voto é uma ‘pedra na ponte’ – ou uma ‘fissura no alicerce’. Que saibamos escolher construir, e não apenas reagir.

© 2025 Guimarães, agora!


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