Recuando alguns momentos na nossa memória, a março de 2020, recordamos a expressão que nos alimentava a esperança aquando da pandemia que nos afetou durante quase dois anos. Vai ficar tudo bem, era o suporte perante tal realidade que nos afetava e limitava.
Eis que estamos em 2023 e o mundo é um lugar estranho. No imediatismo que nos esmaga com as redes sociais, a avalanche de notícias que atropelam a nossa capacidade de refletir e de assimilar os acontecimentos.
A guerra, a economia, o ambiente são o dia a dia das preocupações e que enchem o espaço mediático. Nem sempre pela melhor perspetiva.
Teremos de ter a capacidade de filtrar a informação e conscientemente afirmar a nossa posição, sem dúvidas ou hesitações, mas sempre com a informação clara e verdadeira.
A intoxicação mediática é um perigo bem real e a falta de análise pode conduzir a realidades negativas.
Estas preocupações surgem pela falta de cuidado para o fortalecimento de valores culturais e educacionais. A educação é uma base imprescindível para a construção de uma sociedade “justa”, utilizando uma expressão comum.
A valorização do individual provoca uma erosão dos valores de partilha e solidariedade, sem os quais não temos possibilidade de uma sã convivência e sobrevivência, não tenhamos qualquer dúvida. Para tal a história da humanidade traz consigo esse conhecimento. Não se devem cometer os erros do passado.
Crescem as dificuldades sociais que provocadas pela quebra de rendimentos, não permitem uma subsistência digna, mesmo entre aqueles que conseguem garantir um emprego. É uma contradição imperdoável nos dias que correm. Acresce a guerra, ou as guerras, que teimam em nascer a cada esquina.
Passaram já quase 30 dias de ressurgimento do conflito em Israel e, parece que nos esquecemos do conflito que às portas da Europa ainda perdura, entre a Ucrânia e a Rússia. São de facto eventos perturbadores, quando consideramos que o ser humano evoluiu, ou talvez não.
Teremos nós em cada uma das ações diárias a capacidade de sermos forças de mudança. Acreditamos e certamente agiremos para tal.
Perante esta complexidade da realidade mundial, devemos ser interventores ativos na sociedade e não deixar crescer os movimentos que contaminam negativamente a sociedade.
Promover a cooperação entre as instituições é incrivelmente vantajoso para todos. Assim o queiramos.
Somente juntos, conseguimos chegar ao destino a que nos propomos. A solidão pode ser aparentemente mais aliciante, porém rapidamente será um problema.
Em São Torcato, ao longo da sua história as instituições demonstram a sua resiliência e espírito inovador. Foi assim construída uma comunidade que não deve deixar esta força que a torna “única” e que preserva as tradições. Será importante a promoção dessa identidade e não nos deixarmos encantar por “inovações estéreis” que ao invés de valorizar, se tornam impedimento do reforço da identidade torcatense. Focar no essencial e deixar o acessório de parte é o desafio a cada um de nós e em especial a quem tem a capacidade de decisão.
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