A cantora brasileira Anitta veio a Portugal e para além de dar show trouxe para o debate público uma doença que até ao momento era do desconhecimento de grande parte da população.
Após terminar a digressão, a cantora postou nas suas redes sociais uma fotografia no hospital, pronta para ser operada devido a uma doença que lhe foi diagnosticada, a endometriose.
Mas ao certo o que é a endometriose?
Trata-se de uma doença crónica, hormonal que ocorre quando o endométrio, o tecido que reveste a parte interna do útero, começa a aparecer noutras zonas do corpo, causando hemorregias nesses locais. Os dois principais tipos de sintomas associados a esta doença são dores menstruais fortes, dores durante as relações sexuais e dores ao evacuar ou urinar.
O fator mais preocupante nesta doença é o tempo que demora a ser diagnosticada, em média entre 7 a 8 anos. Entre as razões para esta demora na atribuição de um diagnóstico estão, a falta de informação que ainda existe sobre a doença, uma vez que a ginecologia é uma área que, tal como a mulher foi conquistando o seu lugar na sociedade e no hospital e ainda tem um longo caminho pela frente. Mas também o facto de a sociedade aceitar como algo normal a sensação de dor nas pessoas que menstruam.
Desde a menarca, a primeira menstruação, que nos é dito que é normal sentir dor, às vezes dores completamente incapacitantes. Somos aconselhadas a tomar medicação que atenue as mesmas ou até mesmo que as escondam. Mas por mais hormônios que tomemos, o problema não desaparece, fica apenas adormecido à espera do momento certo para atacar novamente.
A endometriose é uma doença crónica, logo não tem cura, no entanto podem ser tomadas várias ações que permitirão à mulher ter uma melhor qualidade de vida.
Estima-se que 10% das mulheres em idade fértil sofram de endometriose, uma doença que não as afete apenas a nível físico, mas que também tem grandes repercuções a nível emocional. O diagnóstico tardio leva muitas mulheres a sofrerem durante anos e anos, sem saberem ao certo o que se passa, mas tendo a certeza de que algo não está bem.
São várias as que procuram médicos de várias especialidades na esperança que as dores acabem. São várias as que tentam por todos os meios explicar que o que sentem não é normal e que merecem ter uma vida sexual prazerosa e não penosa.
Foram feitos grandes progressos ao nível ginecológico nos últimos anos, mas ainda há muito a fazer. É preciso que tanto os especialistas como a sociedade percebam que não é aceitável viver com dor, com uma dor que nos afeta ao ponto de nos incapacitar e, como tal, devem ser sempre procuradas respostas que apazigoem o sofrimento destas pessoas e encontrados tratamentos que lhes devolvam a vida, uma vida sem dor.
Fontes:
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