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Segunda-feira, Outubro 14, 2024
Pedro Ferreira
Pedro Ferreira
23 anos, licenciado em Gestão de Recursos Humanos. Técnico de melhorias contínuas. Gosto de futebol, música e um bom jantar entre amigos.

Poderemos nós, jovens, sonhar ter habitação própria em Guimarães?

O município de Guimarães não consegue fixar nem atrair a população jovem, seja pela fraca relação emprego qualificável-remuneração, seja pela falta de políticas à habitação, sendo que estes não são, obviamente, problemas exclusivos da população jovem.

O problema da habitação é por estes dias, objeto de amplo debate, contudo, importa reforçar que a minha geração, bem como as que se seguirão, são das mais afetadas por esta questão. O problema não é a falta de habitação, mas sim o estado de degradação ou o elevado preço, seja para arrendar ou comprar, estejam elas localizadas na cidade ou na periferia, onde, embora os preços sejam um pouco mais baixos, continuam, na minha ótica, excessivos para jovens em início de carreira que procuram iniciar a sua independência social.

Pelas razões acima referidas, grande parte dos jovens, quando procuram arrendar ou até mesmo comprar casa no concelho, rapidamente desistem, acabando por se fixar nos concelhos circundantes, onde se torna mais fácil começarem a emancipar-se.

Apesar deste problema não se refletir apenas no concelho de Guimarães, importa agir localmente e o quanto antes, para não acentuar ainda mais as desigualdades já existentes. É imperativo que a câmara municipal atue no presente, regulando o preço da habitação jovem e universitária, transformando habitações devolutas e degradadas de forma a aumentar a oferta e aluga-las ou subalugá-las. Estas propostas já foram apresentadas por vários decisores políticos da cidade, porém, o tempo passa e a inércia do executivo local permanece.

Os próximos anos serão de investimento, urge assim que sejam criados planos para desenvolver o concelho, sendo a habitação uma das questões centrais que precisa de medidas para contrariar o atual rumo deste setor e de alguém que as consiga efetivar. A decisão de aderir ao programa 1º Direito, no qual está previsto um investimento na ordem dos 13 milhões de euros já há muito deveria ter sido adotada, ao invés, de ser anunciada há cerca de dois meses, em pleno período de eleições autárquicas.

O que me leva a questionar: para o atual executivo é mais importante ter este acordo como uma das bandeiras eleitorais do que criar condições dignas à habitação para a população vimaranense?

Este mesmo executivo reconheceu uma vez mais a inexistência de políticas sociais à habitação, aquando da apresentação do plano municipal para a juventude.

Este mesmo executivo reconheceu uma vez mais a inexistência de políticas sociais à habitação, aquando da apresentação do plano municipal para a juventude. Plano esse que é de salutar, abrangendo diversas áreas e que contou com a participação de diversos jovens, pecando pela sua tardia implementação – neste ponto, quando usam como argumento o facto de muitos concelhos não terem ainda elaborado qualquer plano municipal para a juventude, podemos verificar o nível de ambição de quem está nos órgãos de decisão.

Mais do que auscultar os jovens, espero a concretização prática das propostas que constam no plano, assim como, que concedam a esses mesmo jovens espaços de decisão.

O concelho necessita que este investimento que se avizinha seja traduzido em mais crescimento, mais inovação, mais emprego e remunerações de acordo com as qualificações apresentadas, para não continuarmos a perder população de ano para ano. Precisamos de incentivos para os casais que queiram ficar na cidade e constituir família, assim como preços acessíveis aos jovens que vem para Guimarães começar o seu percurso académico.

Possibilitando desta maneira termos uma cidade mais próxima e que se preocupe com os reais interesses e bem-estar da sua população.

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