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Quinta-feira, Abril 25, 2024
Pedro Ferreira
Pedro Ferreira
23 anos, licenciado em Gestão de Recursos Humanos. Técnico de melhorias contínuas. Gosto de futebol, música e um bom jantar entre amigos.

Na irracionalidade de Putin eclode o exemplo Ucraniano

Apesar de francamente debatido e destacado, aproveito este espaço de opinião para abordar algo que considerava como impensável na Europa e na atualidade: a guerra Rússia-Ucrânia, ou Putin-Ucrânia, se me permitem.

Em momento algum, qualquer contexto histórico justifica a atrocidade que temos vindo a assistir para com o povo ucraniano, ainda mais em pleno século XXI, todavia facilmente se compreende que este clima de tensão não é recente. Nos anos que se seguiram ao fim da guerra fria, a NATO começou a expandir-se para o leste europeu, e integrou países como a Hungria e Polónia, que haviam feito parte do pacto de Varsóvia, mais tarde confirmaram a integração da Estónia, Letónia e Lituânia, estes últimos pertenceram à antiga união soviética.

Lembrar que a constituição ucraniana consagra uma possível adesão à NATO, sendo este um dos pretextos que sustentam a invasão da Rússia. Entretanto o presidente Zelensky já refreou a sua posição, ao alegar que a NATO não está preparada para receber a Ucrânia.

Posteriormente, a anexação da Crimeia e o incumprimento dos acordos de Minsk em 2014/2015, onde era reconhecida a independência das regiões de Donetsk e Lugansk. A juntar a estes fatores, a obsessão de Putin em conquistar espaço pós soviético e querer anexar-se em território ucraniano são algumas das razões, injustificáveis(!), que desencadearam esta guerra.

Dias, talvez semanas, antes de Vladimir Putin materializar o ataque à Ucrânia, por todo o mundo (à exceção da própria Rússia, onde as notícias sempre foram adulteradas, de maneira a que o povo russo estivesse contra os ucranianos), sobretudo nos países ocidentais já se alertava para a inevitabilidade deste conflito.

Por essa mesma razão considero que o ocidente careceu de uma resposta proativa. Esta inércia inicial é compreendida e fundamentada em virtude da frágil posição europeia para com a Rússia, onde há relações de elevada dependência económica e consequentemente política, nomeadamente ao nível energético. Vejamos, até a Alemanha, maior economia europeia importa da Rússia dois terços do seu gás natural, facto pelo qual o chanceler alemão, Olaf Scholz afirmou não estar pronto para cortar as importações de petróleo.

Por sua vez, os EUA, anunciaram também um corte nas importações russas a 45 dias, o que obviamente fará disparar a inflação, exemplo seguido pelo Reino Unido, mas a ser cumprido até ao fim do ano, não fosse a economia europeia profundamente mais dependente do que a economia americana.

No entanto os países do ocidente insurgiram-se: quer na dureza das sanções aplicadas à Rússia, bem como o fornecimento de armamento, medicamentos/apoio médico e pela forma como se uniram e abriram as portas ao acolhimento de refugiados. Pelos motivos referidos no parágrafo anterior, congratulo esta tomada de posição arrojada e global, na qual, até países europeus mais empobrecidos como a Moldávia e a Roménia estão a acolher refugiados.

A Rússia continua a avançar, porém, de forma cada vez mais descontrolada, violando o direito internacional ao recorrer a armamento ilegal como bombas de vácuo ou de fragmentação, ameaças de bombas nucleares, ou o ataque a civis através do incumprimento do cessar fogo que iria permitir a passagem de um cordão humanitário na cidade de Mariupol.

Hoje o mundo exalta a coragem, união e patriotismo deste povo, encabeçados pelo digno exemplo do seu líder, Zelensky.

Creio que a Rússia, particularmente Putin, menosprezaram o povo ucraniano. Hoje o mundo exalta a coragem, união e patriotismo deste povo, encabeçados pelo digno exemplo do seu líder, Zelensky, que se recusa a esconder atrás de um cargo político que lhe facilitava a fuga do país, como no ano transato assistimos no Afeganistão, com Ashraf Ghani, presidente do Afeganistão a desertar e a deixar Cabul, que rapidamente foi tomado pelos talibãs. No extremo oposto assistimos, de forma estarrecida, ao exemplo desumano de Vladimir Putin, um czar, um ditador que monopoliza as tropas nas ruas a seu belo prazer e instiga ao ódio e violência contra o povo ucraniano.

É necessário compreender que esta guerra não foi aceite pelo povo russo, não foi realizado nenhum referendo à população.

Como é seu apanágio, Putin decidiu por si só. Aliás, a Rússia não pode alegar que esta seja uma guerra de legítima defesa, como o próprio Putin chegou a argumentar, visto que não havia qualquer agressão ou ataque iminente.

Não faço ideia quando este genocídio irá acabar, ou se Putin irá parar, julgo que o diálogo de nada servirá, no entanto admito que o futuro dos russos, a longo prazo está hipotecado pela irracionalidade e crueldade de um homem só, pois o agravamento das sanções vai isolar ainda mais a Rússia. Em contrapartida, a vida será mais complicada para os países ocidentais, mas como frisou Joe Biden, a liberdade tem um preço.

Reitero a minha admiração com o povo ucraniano, são um exemplo de luta, coragem, resiliência, de amor ao país. Saibamos, ao contrário de outros que votam contra a condenação da invasão russa à Ucrânia, estar do lado certo da história, que é e sempre será ao lado dos agredidos, e não dos agressores.

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