Ao longo das últimas décadas a evolução exponencial planetária da indústria e da ciência permitiu ao Homem estar hoje em dia sobre um limiar que considero perigoso que é o sentir-se o “falso controlador” das suas posições sobre uma esfera que se encontra atenta e ativa.
O ditado é antigo e muito conhecido, “a vida é feita de escolhas”, e esta realidade aplica-se a qualquer situação experienciada por todos nós, independentemente das suas consequências.
Quando transportamos este facto para o “espaço saúde”, o mesmo sucede diariamente, seja através da ação individual de cada profissional de saúde ao exercer as suas funções, seja na escolha do paciente ao selecionar o local onde vai procurar os serviços clínicos para algum tipo de intervenção que necessite, seja na forma como os espaços físicos são concebidos para tratar os seus utentes, ou em tantas outras situações que envolve todo um conceito que é a base da nossa sobrevivência.
No momento de escolher uma opinião de um determinado profissional de saúde sobre alguma dúvida clínica que naquele instante nos inquieta é necessário ponderar alguns parâmetros que são importantes para que o desfecho seja o pretendido. Claramente, numa situação de exceção, definida como uma emergência médica (risco de vida iminente de uma determinada pessoa) o percurso é apenas um, que será o encaminhamento para o Hospital local.
Devemos focar-nos inicialmente naquilo que são as nossas queixas (sintomas); de seguida tentar perceber as possíveis causas (possíveis mecanismos desencadeadores); enquadrar no tempo (duração dos sintomas); evento isolado ou múltiplo (histórico do evento) e após este resumo mental individual tentar enquadrar numa determinada modalidade específica da saúde. Este é um exercício que considero ser pertinente a cada um de nós antes de recorrer a um serviço de saúde, para objetivar se possível a informação que vai ser passada ao respetivo clínico.
O excesso de informação disponibilizada nos dias de hoje, nos mais diversos meios digitais, é muitas vezes uma das principais causas de fraco sucesso na objetividade da procura de um serviço de saúde, devido ao “caos ideológico” que origina no momento de decisão do indivíduo.
A orientação objetiva e direta de um determinado paciente com a necessidade de uma certa especialidade clínica é fundamental no desfecho final da vida desta pessoa, e esse facto, têm que estar sempre presente seja através da informação que é disponibilizada nas redes internáuticas ou outro meio de transmissão informativo, seja através da avaliação primária de um qualquer profissional de saúde que têm obrigação ética de proceder no auxílio de um certo utente no encaminhamento mais especializado deste, se assim for necessário.
Inevitavelmente a dita evolução originou uma comercialização de praticamente tudo, e esta realidade é no mínimo assustadora, sendo que a existência de saúde é o que realmente nos separa da dialética humana (vida e morte), a mesma deve ser o elo máximo de coexistência entre pares independentemente do seu contexto socioeconómico.
Que a procura de quem precisa, tenha sempre a resposta que tanto anseia, por parte daqueles que outrora juraram servir o interesse público.
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