Estamos a chegar ao fim de 2020 e eu atrevo-me a dizer: finalmente! Mas acho que não sou apenas eu que tenho esta sensação. Creio que todos estamos ansiosos para que este ano acabe. Acredito que, apesar de tudo, estamos esperançosos naquilo que 2021 nos pode trazer.
Mas se nós, os comuns mortais, estamos ansiosos, mais ansiosos estarão os elementos do executivo municipal. Tem sido um ano terrível, a vários níveis, para Guimarães. A suavidade com que vivemos a 1ª vaga da pandemia, rapidamente desapareceu e deu lugar a um desespero generalizado por parte de quem tem negócios, especialmente no comércio local e na hotelaria e restauração, desespero esse que se alastrou a todos aqueles que por algum motivo tiveram, ao longo deste tempo, que ir ao centro de saúde e/ou ao hospital ou até aos que tem familiares em lares ou centros de dia e que viram o vírus entrar de forma violenta nestas instituições.
Tão surpreendente tem sido este ano que a Sra. Vereadora da Juventude anuncia, com todo o gáudio, que vai existir, pela primeira vez, uma verba para o Gabinete da Juventude no Orçamento Municipal para 2021. Até ao dia de hoje, ainda não percebi a razão de tanta satisfação com uma coisa que, à partida, deveria ser normal. Mas em Guimarães, de facto, a Juventude não é nem nunca foi um assunto “normal”. Se o fosse, o Conselho Municipal da Juventude não estaria 1 ano (1 ano!) sem reunir. No dia 15 de julho deste ano, a JSD Guimarães enviou ao Sr. Presidente da Câmara e à Sra. Vereadora da Juventude um e-mail a alertar para a necessidade de reunir o Conselho Municipal da Juventude. Esta reunião, que podia decorrer numa qualquer plataforma digital, devia servir para fazer uma avaliação dos impactos da 1ª vaga da pandemia nos jovens e nas associações. A JSD foi ignorada.
O CMJ voltou a reunir no dia 26 de novembro deste ano, precisamente um ano depois da última reunião deste órgão, como já aqui disse. Esta reunião, tal como a última, serviu para o CMJ dar um suposto parecer ao Orçamento Municipal para 2021. Mais um momento alto de propaganda como muitos outros a que o executivo municipal socialista já nos foi habituando. Foi pedido aos membros do CMJ que avaliassem, em três dias, cerca de 668 páginas de orçamento. Acho que não é preciso dizer mais nada.
Enquanto a Sra. Vereadora da Juventude elogia o seu próprio trabalho, nós, os jovens, continuamos necessitados de uma estratégia que nos proporcione empregos de qualidade, habitação acessível, mobilidade concelhia e oferta e criação de espaços de lazer, por exemplo junto aos rios, para que possamos usufruir transversalmente de tudo aquilo que Guimarães nos pode oferecer.
Enfim, continuaremos a fazer de conta que está tudo bem.
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