A menos de 15 dias das eleições para a Assembleia da República, donde sairá um novo Governo – que se espera seja mesmo novo – vivemos enredados numa grande confusão não apenas devido à pandemia e às consequências nefastas que se manifestam a todos os níveis individual e social, mas também, e sobretudo, pela falta de orientação e de liderança a que se vem assistindo.
Não é a primeira, nem será a última, situação de crise desta grandeza que afeta os países e o mundo. Viveram-se já outras pandemias e até guerras que puseram à prova as pessoas, os governos e os seus líderes.
Nestas circunstâncias, mostra-se fundamental a qualidade e a competência na reação à adversidade. Como nos ensinou o passado, a diferença das consequências destas crises está na forma como as pessoas responsáveis tomaram as rédeas conscientes da dimensão do problema, formaram equipas e as lideraram de forma a dar confiança e traçarem um caminho seguro a seguir.
Temo que, com exceção do Almirante Gouveia e Melo, que nos deu uma lição de como se deve fazer, não tivemos um Governo à altura do desafio. E não acredito que Portugal não tenha mais pessoas com aquele perfil…
Uma coisa é certa, não se vislumbra no actual executivo nacional uma figura que se tenha destacado em termos de competência e de responsabilidade. Alguns dos membros já nem querem fazer parte de um hipotético próximo executivo.
Assistimos ao acentuar das fragilidades do SNS, com falta de profissionais de saúde, com vencimentos baixos e com diretores hospitalares a demitirem-se dos seus cargos, não por falta de responsabilidade, mas por falta de condições para conseguirem trabalhar. Sim, sem condições para trabalhar num contexto complexo como este. Não fora a dedicação e abnegação desses profissionais e tudo seria muito pior…
Temos professores cansados pelo esforço adicional que lhes é pedido, alunos confinados em casa todas as semanas e com comportamentos próprios de quem está exposto por longos períodos a uma situação anormal e de risco. A tudo isto, as autoridades sanitárias e o Governo respondem de forma errática.
A economia navega à vista. Tomam-se apenas medidas a curto prazo e que a meio se corrigem, se acertam, arranjando-se justificações para o que não correu bem. Não há um programa ou um projecto para alavancar a nossa economia portuguesa, que de si já não é forte.
Assiste-se a tomadas de decisões com falta de visão, com sufoco dos contribuintes.
Preocupa-me que tudo se mantenha igual, que não haja oportunidade de reverter um trajecto que tem tudo para correr ainda pior. Que se mantenha um modelo de governação que não resultou, cansado e que nada de novo tem a acrescentar.
A 30 de janeiro teremos a decisão de mudança nas nossas mãos. Vamos decidir não só o futuro para os próximos 4 anos, mas o futuro dos nossos filhos, da nossa economia, do nosso país.
Vamos decidir as nossas vidas, em consciência e responsavelmente!
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