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Sexta-feira, Março 29, 2024
Alberto Martins
Alberto Martins
Alberto Martins, 41 anos é empresário e licenciado em gestão. Actualmente é ainda presidente da junta de freguesia da Vila de São Torcato desde 2017, tendo já sido tesoureiro desde 2005 até 2017. Trabalhou e colaborou com diversas empresas, de onde se destaca a empresa Coming Future e a empresa JF Economista Internacionais.

Desenvolvimento sim mas sustentável

Existem diversos modelos de desenvolvimento dos territórios, uns mais alicerçados na fixação de indústria e população, outros num modelo mais elástico de fomentação equilibrada entre crescimento, desenvolvimento e sustentabilidade. No concelho de Guimarães assistimos a essa dicotomia. O centro e sul do concelho com um modelo de desenvolvimento assente na indústria e que por arrasto foi permitindo a fixação de aglomerados populacionais significativos e onde as premissas ambientais são mais difíceis de gerir se bem que fundamentais ao referido equilíbrio. No que diz respeito ao norte e nordeste do concelho o modelo de desenvolvimento tem sido outro, com um PDM mais redutor, onde a implementação de habitação e indústria é mais difícil. Esta restrição ao longo dos anos provocou e continua a provocar graves desequilíbrios em termos de distribuição das populações, sofrendo de forma rápida e acentuada forte perda populacional. Urge inverter estas tendências que se acentuam conforme caminhamos para as periferias e fronteiras com concelhos vizinhos como Fafe e Póvoa de Lanhoso.

Sei que a solução perfeita não existe, mas reforço a necessidade de não permitirmos que a situação alcance patamares irrecuperáveis num futuro próximo. Assim defendo como em tudo na vida o princípio do bom senso e do equilíbrio. É fundamental desenvolver estas freguesias, dotando-as de equipamentos e capacidade de crescimento que permitam inverter esta tendência. Em São Torcato, vila agregadora de todo o vale, penso exatamente assim. São Torcato é uma vila maravilhosa, carregada de cultura e brindada com património edificado único. A vila pode, no meu ponto de vista, se desenvolver, fixar equipamentos sociais, empresas e naturalmente população. Não quero a vila de São Torcato convertida em ponto industrial, mas que seja uma terra com vida e essa vida é feita com pessoas. São os Torcatenses que fazem de São Torcato uma terra tão especial.

O desafio é portanto desenvolver o território sem alterar a sua identidade, matriz e paisagem e isso é possível, através da criação de zonas tampão ao centro da vila e perímetro histórico, manutenção das grandes áreas florestais que constituem um dos patrimónios mais importantes de São Torcato e do Concelho, permitir em zonas criteriosamente escolhidas da vila, a construção de moradias unifamiliares, a fixação de empresas nos parques industriais já existentes, a construção de vias cicláveis e o reforço dos equipamentos sociais que tal como o destacamento territorial da GNR é bom exemplo e dinamizou o comércio e a vida em geral desta terra. Penso pois ser da maior urgência pensar este território, dotando-o de ferramentas muito precisas, que auxiliem no desenvolvimento, tendo sempre por base a sustentabilidade e o equilíbrio. Desta forma será possível esbater desigualdades dentro do nosso território, proteger a desertificação das freguesias nesta latitude, mas também a elevada densidade populacional que se verificam em freguesias vizinhas de perímetro urbano. Desenvolvimento sim mas sustentável…

© 2019 Guimarães, agora!

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