O cérebro é uma estrutura altamente especializada e diferenciada fundamental em tudo o que caracteriza a nossa existência enquanto seres vivos racionais. Quando a sua integridade é colocada em causa, advém dessa situação diversas problemáticas que podem eventualmente pôr em risco a sua funcionalidade dinâmica, bem como, do restante corpo humano.
O Parkinson é uma doença cada vez mais comum, com tendência a aumentar com o envelhecimento, normalmente com um surgimento acima dos 50 anos, no entanto, começa a surgir em indivíduos abaixo dos 40 anos, ainda que em percentagens baixas. A mesma encontra-se intimamente ligada a uma substância química, designada de dopamina (neurotransmissor), que exercendo funções de condução de informação dos movimentos do corpo, apresenta-se neste caso em concreto com uma produção diminuída.
Existem sintomas característicos desta patologia, como sendo, os tremores (numa mão, num braço ou numa perna normalmente em repouso), a rigidez músculo-esquelética (sensação de “corpo congelado”) e a lentificação dos movimentos (bradicinesia). Tendo em atenção que esta patologia afeta a funcionalidade global do paciente, e sendo uma doença crónica, progressiva e degenerativa, o fator emocional deve ser também focado pois quadros de depressão podem estar associados.
“Estudos atuais têm vindo a demonstrar algumas formas de tratamentos que podem melhorar a qualidade de vida dos pacientes…”
O paciente têm noção que o seu corpo não responde à sua vontade intrínseca. A sua dificuldade na execução de um determinado movimento, compromete as suas atividades de vida diária, potencia desequilíbrios constantes e conduz a um risco de queda elevado. Continua a não existir uma cura associada ao Parkinson, porém estudos atuais têm vindo a demonstrar algumas formas de tratamentos que podem melhorar a qualidade de vida dos pacientes, contribuindo para um melhor controlo da sintomatologia, sendo através de fármacos ou de técnicas especificas da Fisioterapia que possam potenciar a independência funcional dos utentes, dependendo sempre do estado patológico num determinado momento.
A Hidroterapia é exemplo disso mesmo, pois apresenta-se como sendo uma área de intervenção da Fisioterapia que pode contribuir em muito para melhorar a qualidade de vida do indivíduo. O facto de o tratamento realizar-se dentro de água, permite ao utente maior liberdade de movimentos, que não são possíveis em ambiente terrestre; as distintas propriedades da água permitem um aumento do fortalecimento muscular através de exercícios específicos e direcionados, melhoram o padrão de marcha e potenciam a independência funcional global do utente.
A confiança aumentará gradualmente após as suas habilidades físicas aumentarem, o que proporcionará melhor interação social com terceiros e levará a um bem-estar generalizado e capaz de atribuir ao paciente maior motivação para a realização das suas atividades de vida diária.
A persistência diária por parte do paciente de Parkinson será um caminho que o mesmo não percorrerá sozinho e onde tanto a família, como os profissionais de saúde das mais diversas áreas de intervenção (Neurologista, Fisioterapeuta, Enfermeiro, Terapeuta da Fala, Terapeuta Ocupacional, Psicólogo, Nutricionista, entre outros), terão de ser altamente capazes de limitar o avanço das “correntes do tempo” características da vida humana, proporcionando desta forma uma vida com o máximo de qualidade possível as estes lutadores.
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