Se há medidas que eu acho que moldam o desenvolvimento de um país, que o tornam mais competitivo, mais rico, mais forte e coeso são as que se relacionam com o ensino, o fomento da capacidade de estudar, de investigar e de ousar inovar, e a defesa intransigente da cultura e de uma visão abrangente e inteligente de tudo o que são valores ou recursos culturais.
Não vejo estas medidas como um custo mas como um investimento. E um investimento de alto e rápido retorno.
Agora – estava eu a ver as memórias do Facebook quando me deparei como uma notícia no DN de 2016 que instantaneamente me fez ficar rodeado de estrelas. Estrelas virtuais, claro, mas igualmente luminosas e felizes.
Transcrevo, fazendo votos para que Portugal adopte esta ou outra medida semelhante:
“Era uma promessa eleitoral de Renzi (primeiro-mistro de Itália de 2014 a 2016) que, soube-se hoje, começa a tomar forma.
Foi aprovado o “abono da cultura”, isto é, 500 euros que podem ser usados pelos jovens italianos (ou com visto de residência) em atividades e produtos culturais.
Não se trata de um cheque passado em mão a todos os jovens nascidos em 1998, mas de uma aplicação que se descarrega nos telefones móveis, chamada 18app. Uma vez registados, os jovens começam a ter acesso a este plafond.
O sistema entra em funcionamento no próximo dia 15 de setembro, coincidindo com o regresso às aulas, e é válido até 31 de dezembro de 2017.
Com este fundo de maneio, os jovens poderão aceder a museus, parques arqueológicos, teatros, cinemas, concertos, exposições, mas também livros, segundo o ministério dos Bens Culturais italiano, promotor da iniciativa e, ao mesmo tempo, responsável pela escolha das propostas culturais que farão parte deste pacote.
Dados divulgados pelo ministério da Cultura italiano, a iniciativa deverá abranger 574 593 jovens e corresponde a um investimento de 290 milhões de euros que sairão dos cofres do governo.”
O investimento “envia uma mensagem clara: o de uma comunidade que dá as boas-vindas à idade adulta recordando o importante que é o consumo da cultura para o enriquecimento pessoal e para fortalecer o tecido social do país”, disse o subsecretário do Conselho de Ministros, Tommaso Nannicini.
No próximo ano, o governo de Matteo Renzi pretende alargar a proposta a todos os professores. (Infelizmente, não houve próximo ano, pois o Governo de Renzi apresenta a demissão após a derrota no Referendo Constitucional a 6 de Dezembro de 2016).
Seria bom seguir-se o bom exemplo de Renzi e os nossos governantes pusessem os nossos jovens a apaixonarem-se pela nossa cultura.
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