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Quinta-feira, Julho 4, 2024
Rui Almeida
Rui Almeida
Vice-presidente da Juventude Socialista. Empresário na área do Salvamento Aquático e Formação Certificada.

A sirene toca mas os alarmes também

Portugal, conhecido pela organização de eventos internacionais grandiosos, enfrenta uma lacuna preocupante na proteção dos portugueses. Enquanto celebramos conquistas como as Jornadas Mundiais da Juventude e o Euro 2004, é crucial reconhecer e proteger aqueles que diariamente nos protegem a nós e permitem que estes eventos sejam possíveis de concretizar de forma segura: os bombeiros.

Os bombeiros portugueses merecem reconhecimento efetivo e concreto pelo seu serviço altruísta e coragem inabalável. No entanto, enfrentam desafios significativos, desde a falta de financiamento adequado até à ausência de condições de trabalho dignas e apoio social. Esta realidade contradiz a imagem de sucesso que Portugal projeta internacionalmente e isto tem de ser dito.

Para honrar verdadeiramente o seu altruísmo é essencial implementar um Estatuto Social do Bombeiro que garanta condições dignas e reconhecimento ao longo do ano. Além disso, o Estado deve fornecer financiamento adequado e políticas de apoio que protejam os bombeiros em todas as frentes, desde o combate aos incêndios até ao seu bem-estar físico e emocional. Sejamos honestos. O próprio poder político navega no conhecimento desta área. Ao contrário do que disse a semana passada o Sr. Ministro da defesa, os bombeiros nem subsídio de risco recebem…vamos mais longe, nem uma Carreira Profissional possuem.

A ideia de que o bombeiro é ‘pau para toda a obra’ a um custo baixo tem de acabar.

A ideia de que o bombeiro voluntário vai sempre resolver tudo, quando já nada podemos fazer, em que a nossa última prece reside na oração e na crença que eles, esses heróis sem capa apareçam, um dia vai falhar se assim continuarmos. A ideia de que o bombeiro é ‘pau para toda a obra’ a um custo baixo tem de acabar. Altruísmo sim mas dignificação também é devida.

Os bombeiros portugueses são heróis que arriscam as suas vidas diariamente para proteger o nosso património natural e as comunidades que servem. É imperativo agir agora para garantir que recebam o reconhecimento, apoio e proteção que merecem. Chega de nos continuarmos a agarrar a crenças, à boa vontade das Associações Humanitárias que se desdobram para pagar contas e manter as viaturas operacionais e mesmo assim terem mulheres e homens no seu efetivo de excelência a todos os níveis.

É óbvio, um pouco por todos os quartéis deste país, que o voluntariado tende a ter uma diminuição ao longo dos anos.

A profissionalização é o caminho, não acabando, como é óbvio, com o regime de voluntariado, como são exemplo países como a Alemanha ou a Holanda mas dignificando e dotando de meios e tornando atrativa a carreira de quem escolheu todos os dias proteger e ajudar o próximo. Só assim estaremos preparados para os desafios que as mudanças climáticas, o envelhecimento da população e a própria instabilidade destes dias.

Oiçamos e preparemo-nos para os alarmes que tocam e que avisam para o que poderá estar por vir. Valorizemos e protejamos, demos condições reais a quem está sempre pronto, ao toque de uma sirene, para nos ajudar e proteger.

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