Foi a primeira reunião, politicamente activa, depois do início do mandato. Ricardo Araújo e Ricardo Costa quase repetiram os debates em que participaram, como candidatos, no período eleitoral, quando são agora o presidente da Câmara e o líder da oposição, respectivamente.
Numa reunião com condimentos políticos, visíveis nos últimos sete pontos da agenda, há leituras que se podem fazer do desempenho político de cada um.
Ricardo Araújo mostrou, claramente, que:
- É um líder político, arguto e que não tem medo das sombras;
- Já assimilou a postura de presidente da Câmara;
- Mostrou serenidade quando acossado pelo seu adversário;
- Revelou ter um discurso simples e esclarecido pese o tempo que demora a defender as suas ideias;
- Teve coragem de assumir posições radicais que são opções da sua gestão;
- Domina os dossiers com o apoio de adjuntos que não dispensa;
- Faz do seu programa eleitoral a sua bússola política;
- Não rejeita o passado (municipal) de decisões que transitam da anterior presidência;
- E deixou claro que veio para fazer do que para dizer que vai fazer.
Ricardo Costa quer ser o líder da oposição, até pelo apagamento do Chega mas…
- Ainda constrói o método que vai utilizar para fazer oposição e notabilizar-se por isso;
- Por si, o PS assumirá uma postura responsável de estar ao lado do presidente da Câmara consoante os temas se encaixem na sua agenda política;
- Sobre os temas económicos e orçamentais não revelou uma sustentabilidade total;
- Tem na herança do PS – de 36 anos – (e na de Domingos Bragança, de 12 anos) a base das suas teses políticas actuais;
- O que acentua a sua contradição quando acusa Ricardo Araújo de falta de visão ao fim de 45 dias de mandato;
- Persiste em recordar agora o “bom” do PS – na sua perspectiva – em vez de defender as propostas do seu programa eleitoral;
- Acusa o plano e orçamento do PSD/CDS-PP de “ser uma manta de retalhos” mas não o rejeita e abstém-se na votação.

A reunião evidenciou um executivo com rumo definido, uma governação segura e passo a passo, com determinação para ‘arrumar a casa’, no pouco tempo que leva de exercício do poder municipal.
As prioridades da nova administração municipal vão no sentido de reduzir a fiscalidade sobre famílias e empresas, em concluir as obras que têm apoios europeus garantidos e rejeitar as que são de todo impossíveis de concretizar porque dependentes de financiamento do PRR, limitado e circunscrito a valores do início do processo, e já ultrapassados pelas circunstâncias de não terem começado na hora.
Ricardo Araújo evita, assim, um endividamento gratuito e irresponsável e não hesita em colocar de lado projectos que a serem implementados carregariam o orçamento municipal com mais despesa.
Por isso, há mil e uma razões para não dar seguimento às obras da avenida D. João IV que teriam um custo financeiro e político tremendo.
E ao jeito de dar um passo atrás para depois dar dois em frente, rejeita a via do AvePark pelo seu custo e financiamento pelo seu trajecto, retomando a tese defendida pela coligação ‘Juntos por Guimarães’ de utilizar a requalificação da EN 101 e o MetroBus para ligar à via em tempos construída.
Está neste lote a requalificação da escola Santos Simões que não estará pronta a tempo de poder ser financiada pelo PRR. Uma obra também a precisar de um quadro de financiamento mais favorável.
Também a Academia Digital, na fábrica do Alto, em Pevidém, cujo financiamento Ricardo Araújo quer seja assumido pelos outros parceiros do Governo e da UMinho.
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