Eduardo Fernandes e João Cabeleira coordenaram um livro que ilustra o legado arquitectónico de Fernando Távora, em Guimarães.
Os professores da Universidade do Minho, convidaram um conjunto de mulheres e homens a analisarem cada um dos projectos do arquitecto na cidade, demonstrando que “há um fio condutor na obra de Távora”.
Cada um dos 11 projectos que marcam a obra do homem que idealizou o Plano Geral de Urbanização em Guimarães, é interpretado por professores da Escola de Arquitectura da Universidade do Minho e vários arquitectos de outras escolas.
Os autores dos textos são Alexandre Alves Costa, Ana Cotter, Ana Jordão, Carlos Machado, David Ordóñez Castañón, João Rapagão, José António Bandeirinha, Miguel Frazão, Nuno Correia, Paulo Tormenta Pinto e Teresa Cunha Ferreira.
‘Fernando Távora em Guimarães’ é um livro fácil de ler que mostra a alma de um dos homens que ajudou Guimarães a projectar-se no meio da Arquitectura portuguesa.
Um livro oportuno para quem gosta de falar de Património e da sua defesa perante ameaças que desfazem a nossa paisagem arquitectónica.
Recorde-se que Fernando Távora residiu em Guimarães, na freguesia de Fermentões, na Quinta da Covilhã, cuja casa projectou como sua residência secundária, “um sonho” que data de 1956, onde queria “viver na Covilhã”, onde queria residir e ter o seu atelier. Almejou construir ali “um albergue para poetas… alunos da escola, pintores, escultores e arquitectos”.
Curiosamente, o texto sobre a Quinta da Covilhã é escrito pelos coordenadores do livro Eduardo Fernandes e João Cabeleira que destacam a importância da casa na longa história da família Távora.
Miguel Frazão, arquitecto da Câmara Municipal, salienta o impulso do Plano Geral de Urbanização no crescimento de Guimarães, na altura, iniciado em 1979, no pós-PREC, entregue por Edmundo Campos a Fernando Távora. E que influenciou a contratação de técnicos superiores, pois, o Município tinha ganho novas competências com o PGU. “É um período em que tudo é novo e se trabalha com entusiasmo” – sublinha.
Acrescenta que foi “uma sorte excepcional” o Município ter Nuno Portas, Alexandra Gesta, Pedro Ramalho e mais arquitectos a influenciarem o presente de então e o futuro que é hoje.
“Guimarães tem crescido de forma harmoniosa em relação a Braga.”
Miguel Frazão justifica que a importância do Plano Geral de Urbanização porque “Guimarães tem crescido de forma harmoniosa em relação a Braga… não cresceu tanto mas cresceu melhor…” – reforça.
Ana Berkeley Cotter, actual vereadora do Urbanismo, também escreveu neste livro, sobre Fernando Távora em ‘Perspectiva’.
Destacou as intervenções de Távora na “arquitectura vernacular”, de que é exemplo a casa de lavradores na Quinta da Cavada, em São Salvador de Briteiros.
Regista, sobre esta intervenção e reabilitação que “Távora deixou-nos uma lição in loco sobre o valor da história na adaptação de uma estrutura da Arquitectura Popular às necessidades contemporâneas”.
Evidencia também registos da sua personalidade de um “Távora contador de histórias, um didacta, um filósofo, um provocador”. O arquitecto “transmitiu nostalgia e um gosto agridoce”, acrescenta e sublinhando “a sua marca indelével na arquitectura portuguesa”.
A apresentação do livro ‘Fernando Távora em Guimarães’, ocorreu precisamente na Assembleia de Guimarães, também por si projectada, com a presença de gente com gosto pela arquitectura e de Paulo Cruz, presidente da Escola da UMinho, sediada em Azurém e do Lab2PT (Laboratório de Paisagens, Património e Território) que é responsável pela edição e financiamento desta obra que o Município de Guimarães também apoiou.
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