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Quinta-feira, Novembro 7, 2024

Psiquiatria: investigadora descobre pistas para atacar depressão

Luísa Pinto investigadora da Escola de Medicina da Universidade do Minho lança pistas para atacar a depressão e a ansiedade.


Num artigo científico publicado na Molecular Psychiatry, do grupo Nature, a investigadora da UMinho lança novas pistas para atacar as doenças neuropsiquiátricas conhecidas como depressão e ansiedade.

“Como é que podemos descobrir os potenciais alvos para atacar estas doenças?” Luísa Pinto responde que é “através das novas células, neurónios e astrócitos, que geramos no nosso cérebro”

E explica que “a incapacidade ou menor capacidade de gerar novas células num cérebro adulto está associada a vários défices cognitivos e emocionais – e são estas células um potencial alvo terapêutico de doenças neuropsiquiátricas como por exemplo a depressão”.

Através de um modelo genético, a equipa de Luísa Pinto eliminou as células novas do sistema cerebral de ratos (modelo usado no estudo), de forma a permitir aferir o real impacto da sua ausência. Os resultados demonstram precisamente que a retirada destas novas células precipita os comportamentos de tipo ansioso, tendo também um impacto no comportamento de tipo depressivo e cognitivo e na comunicação entre diferentes regiões cerebrais dependendo do estádio de vida das células. Ou seja, a incapacidade em criar novas células no nosso cérebro pode tornar-nos mais susceptíveis a determinadas doenças – como, neste caso, a ansiedade ou depressão.

📸 UMinho

Este trabalho, realizado no ICVS, instituto de investigação biomédica da Escola de Medicina da UMinho, aponta a esta descoberta como uma nova possibilidade no ataque a estas doenças, através de terapêuticas como os medicamentos, incluindo antidepressivos e antipsicóticos.

O artigo científico publicado esta quarta-feira confirma ainda que existe um impacto funcional diferenciado destas novas células do nosso cérebro dependendo dos seus diferentes estágios de maturação, contribuindo para um palco comum na comunidade científica.

Luísa Pinto foi distinguida, no final de 2019, com um dos Nature Research Awards for Driving Global Impact, sendo uma das três vencedoras dos prémios da revista Nature que distingue jovens cientistas cuja investigação tem um impacto positivo na comunidade.

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