Um subsídio para a Sociedade Protectora de Animais suscitou desavenças políticas entre o presidente Bragança e a vereadora Vânia Silva.
Hoje, foi dia de reunião da Câmara Municipal, o que justifica que sobre ela se faça não apenas o relato e análise da agenda, como se divulgue o pensamento dos vereadores intervenientes.
Também, a partir de hoje, Guimarães, agora! fará uma nova e diferente abordagem aos conteúdos da reunião, através de vários textos, numerados, para que os leitores os possam ler, ainda que separadamente, de uma forma mais leve e ligeira e menos condensada.
A Câmara Municipal é o governo da cidade e justifica por isso, uma maior preocupação da nossa parte, quer qualitativa quer quantitativa, do que foi falado e decidido.
Uma abordagem inédita, diferente, com palavras, números e ilustrações – e até opiniões diversas – que tende a melhorar em próximas edições, à medida que formos estabilizando o projecto a que damos corpo e que vai sofrer transformações profundas brevemente.
A votação de um subsídio no valor de 5 mil euros à Sociedade Protectora de Animais, envolveu Vânia Dias da Silva e Domingos Bragança num diálogo politicamente antagónico, no qual se intrometeu Bruno Fernandes.
A justificação daquele apoio justifica-se num protocolo assinado em 16 de Abril de 2018 entre a Câmara e a Sociedade, visando sobretudo o apoio para a recolha de animais, na via pública.
A vereadora do CDS/PP, na Coligação Juntos por Guimarães, questionou se “esta associação, cumpria funções que à Câmara competia executar”, para que lhe fosse atribuído aquele subsídio.
Um mote para questionar o executivo municipal a propósito da ampliação do CRO – Centro de Recolha Oficial de Animais, em Aldão que, desde 2015, o presidente da Câmara prometeu concretizar. E que a vereadora Sofia Ferreira, dizia, após uma das reuniões, que o projecto já estava pronto.
📸 Direitos Reservados
Sabe-se que aquele centro de recolha animal está “superlotado” que não há respostas para “uma questão de saúde pública” que não é resolvida e que Vânia Dias da Silva entende que “já há muito tempo” que aquela infra-estrutura devia ter sido melhorada.
A intervenção da vereadora centrista resvalou para o adiar ad aeternum de uma obra sucessivamente “empurrada para a frente, sem projecto” e que se junta “àquelas obras cujos projectos – parecem ficar na gaveta – que foram feitos para 10 anos” e que quando são executados já não servem.
Concluiu, sustentando que “se queremos ser Capital Verde Europeia esta questão não é despicienda”. O presidente da Câmara, reagiu mais à frase de que poderia haver “projectos na gaveta”.
Bragança defendeu que “nenhum sector da Câmara tem projectos na gaveta”, esclarecendo que CRO serve o território da CIM do Ave e o facto de o edifício actual ter os direitos de autor do seu arquitecto original aliado a outro facto de o terreno à sua volta ser de reserva agrícola, a precisar de desclassificação, tudo tem contribuído para que a obra demore a sua execução.
“A obra será lançada quando estiverem reunidas todas as condições”.
“A obra (de alargamento do CRO) será lançada quando estiverem reunidas todas as condições” – disse Bragança, esclarecendo que o protocolo com a Sociedade Protectora de Animais “não é para suprir qualquer inércia dos serviços”.
Vânia Dias da Silva, esclareceu que na sua intervenção “não referi nada contra os serviços” municipais e insistiu que é vulgar ouvir-se que “em Guimarães, que há projectos que são feitos e que ficam à espera de conclusão, algo visto nas décadas de 70 e 90”.
De S. Torcato, veio via zoom, o protesto de Bruno Fernandes, pelo facto de o presidente da Câmara ter usado a expressão “chegou à pouco” – referindo-se à presença de Vânia Dias da Silva, nas reuniões do executivo.
“Também já o disse em relação a mim, pois, esta estratégia de apoucar os novos vereadores, de que não percebem nada, quando a vereadora trouxe para a reunião questões pertinentes” – fez ripostar o ex-candidato nas últimas eleições autárquicas.
Bruno Fernandes disse que há exemplos de “obras anunciadas que não começam”, citando o caso da Escola EB 2,3 de S. Torcato.
Esta polémica, acabou por Domingos Bragança, interrogar directamente a vereadora da oposição: “diga-nos um projecto que esteja na gaveta?” – desafiou.
Vânia Silva não quis entrar em questões pessoais e terminou o diálogo dizendo que “o senhor comprometeu-se, em 2020, com um alargamento do CRO que não está concretizado, falta projecto, falta desclassificação do solo agrícola”.
Neste pingue-pongue, Bragança voltou a dizer que “o processo está a decorrer”.
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