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Segunda-feira, Novembro 25, 2024

PSD: escolha de deputados agita a paz interna

Bruno Fernandes, presidente da concelhia do PSD, vai ser hoje, à noite, confrontado com a não defesa da proposta da comissão política que indicou André Coelho Lima e Emídio Guerreiro como deputados de Guimarães.


Numa reunião marcada para hoje, às 21h00, o PSD vimaranense vai questionar Bruno Fernandes porque é que não defendeu Emídio Guerreiro na lista de deputados do PSD no círculo eleitoral de Braga.

Tendo a concelhia indicado dois nomes consensuais – André Coelho Lima e Emídio Guerreiro – e essa escolha tido vencimento na Distrital do partido – onde era suposto haver mais oposição à pretensão dos vimaranenses – muitos militantes não compreendem que as indicações vindas das bases – concelhia e distrital – não tenha sido respeitada por Rui Rio e a sua comissão política.

O mais curioso é que preterido Emídio Guerreiro apontado para 7º da lista, tal como em 2019, o histórico deputado vimaranense tenha sido substituído por um militante oriundo do PSD de Aveiro. E ainda, como compensação, Bruno Fernandes, presidente da concelhia, tenha sido indicado para 10º da lista.

“A purga de Rui Rio a nível nacional atingiu Emídio Guerreiro.”

“A purga de Rui Rio a nível nacional atingiu Emídio Guerreiro”, revela fonte dos apoiantes de Paulo Rangel. Acrescenta, sem qualquer dúvida, de que Guerreiro “foi vetado”, para além de Braga. Um militante lamenta que “o presidente da secção tenha aceitado esse veto, contrário à posição que a sua comissão política assumiu”. E defende mesmo que ainda é mais “inadmissível que Bruno Fernandes tenha aceitado o veto e tenha aceitado ir em 10º da lista de Braga”.

📸 GA!

A escolha dos deputados em Guimarães revelava-se pacífica com a escolha de André Coelho Lima e Emídio Guerreiro, nos lugares um e sete da lista, como aconteceu no passado. A questão que se colocava era sempre ao nível da Distrital onde neste caso Guimarães teria dois representantes e os restantes concelhos apenas em lugares elegíveis.

Ora, “ser substituído por um para-quedista de Aveiro é como gato escondido com rabo de fora” – revela um militante que aceitou prestar declarações. 

📸 Facebook PSD

Esta escolha de Rui Rio pode ter acentuado uma “crise” que se vive nos bastidores, e sobre a qual muitas tentam pôr paninhos quentes. Adianta que “o caldo está entornado” – referindo-se à situação interna, cujo equilíbrio estava mais ou menos controlado, apesar de ser notório e notado alguma desavença que a unidade do partido tem escondido.

Esta desavença começou há cerca de pouco mais de 15 dias quando Rui Rio pediu às estruturas do partido a indicação de nomes para deputados. Ainda antes de se conhecer o desfecho da disputa entre Rio e Rangel. Houve concelhias que esperaram por saber quem seria o novo líder. 

Mas a concelhia de Guimarães já tinha avançado com os nomes de André Coelho Lima e Emídio Guerreiro, numa altura em que se falava que Paulo Rangel seria o candidato mais votado.

📸 Direitos Reservados

Como o plenário de militantes não pode ser mobilizado a tempo, foi a concelhia que assumiu os nomes dos potenciais candidatos. 

Chegados aqui, alguns dos militantes do PSD de Guimarães entendem que “o processo podia ter sido conduzido de outra forma”. E criticam o facto de Emídio Guerreiro “ter sido vetado na praça pública”. A mesma fonte revela que “era desnecessário” porque “até podiam ir na lista, o André e o Bruno”, se a escolha fosse feita após a eleição do líder nacional.

Deputado desde 2005, Emídio Guerreiro, foi até agora, o único vimaranense a desempenhar um cargo governamental, o de Secretário de Estado do Desporto e da Juventude. E já foi eleito líder do grupo parlamentar do PSD na Assembleia Municipal de Guimarães, até Abril de 2022.

Apesar de alguns militantes perceberem que “ele não vai desaparecer da política”, no, entretanto, pode ser professor do Instituto Politécnico do Porto onde tem lugar. 

Demonstrando ter posições próprias, Emídio Guerreiro foi sempre respeitado no PSD mesmo quando apoiou Santana Lopes e depois Rio e Montenegro e agora apoiando Paulo Rangel.

Em Braga, alguns dos actuais deputados que apoiaram Rangel não foram “vetados” por Rio – caso de Clara Marques Mendes (Fafe) e Paulo Oliveira (Famalicão) e continuam na lista. Ora, isso levanta dúvidas se a defesa de Emídio Guerreiro foi feita no lugar certo e por quem de direito.

© 2021 Guimarães, agora!


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