A sede do PS de Guimarães recebeu Alexandra Leitão, no passado Sábado, para discutir até que ponto O populismo está a ameaçar o estado de direito, naquela que foi mais uma sessão da Conferência Permanente de Política Democrática, desta vez com a moderação de Hugo Teixeira, presidente da JS de Guimarães.
A deputada da Assembleia da República defendeu que “se não se pode ignorar a extrema-direita, também não se pode normalizá-la, devendo-se dar-lhe o combate democrático necessário, sem cercas sanitárias mas com determinação, explicando às pessoas o que é preciso explicar, porque o voto da extrema-direita é o voto de protesto e da sensação de abandono por parte do Estado e da sociedade”.
Alexandra Leitão não deixou de referir, ainda, que a preocupa o facto de a extrema-direita populista trazer consigo “um discurso misógino e atentatório da dignidade das mulheres, que constitui um retrocesso civilizacional”.
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A ex-ministra socialista acredita que não há “soluções simples para problemas complexos” e que muito do apelo da extrema-direita se deve a “problemas de falta igualdade e coesão social, que ao deixarem cidadãos para trás os conduzem a processos de radicalização”. Mostrando-se particularmente preocupada, segundo a própria, “com a incapacidade dos partidos tradicionais conseguirem chegar aos jovens”, defendeu a necessidade da revalorização social da educação e da formação académica. Temendo que “o consenso social sobre a importância da educação se possa estar a perder”, dados os baixos salários dos jovens licenciados e os custos da habitação nas cidades, argumentou que o PS deve fazer um enorme esforço nas políticas de habitação e aumento dos salários, reconhecendo ainda a falta da atractividade da função pública como um dos bloqueios que o partido tem de resolver.
“Estamos a chegar a um momento de algum cansaço relativamente ao Governo, já que são as mesmas pessoas há muitos anos.”
Alexandra Leitão reconheceu que “estamos a chegar a um momento de algum cansaço relativamente ao Governo, já que são as mesmas pessoas há muitos anos”, mas que a única alternativa ao PS é um PS ainda mais progressista. Manifestou preocupação por ver “jovens muito jovens com pensamento muito antigo” e ver progredir a retórica da “competição social quando as sociedades que mais evoluíram foram sempre aquelas que o fizeram através do envolvimento colaborativo de todos”.
Apoiou expressamente que “tão importante como os resultados económicos é a redistribuição social e que, por isso, se os resultados económicos são bons temos de redistribuir mais e melhor”. A deputada mostrou-se chocada com o facto de, ainda hoje, os subsídios do primeiro escalão escolar só serem atribuídos a quem tenha um rendimento inferior a três mil euros anuais, e que isso é um erro e tem de mudar, e que essa exigência “não tem nada de radicalismo, mas constitui antes o cerne mesmo da ideia de socialismo e social-democracia”.
Encerrou a sessão José Fernandes, presidente da mesa da comissão política concelhia, dirigindo palavras de apreço a Alexandra Leitão, mas também às presenças e intervenções, incluindo cidadãos não socialistas que participaram no debate.
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