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Quinta-feira, Novembro 21, 2024

PS: eleições da concelhia com muitos significados

Economia

Ao meio-dia bate o gongo para início da corrida eleitoral à concelhia do PS. Uma eleição que legitima a escolha dos líderes das duas listas para a candidatura autárquica de 2025.


Ricardo Costa (lista A) e Sofia Ferreira (lista B), partem, lado a lado, para esta corrida dupla, ambos à procura do maior número de votos dos militantes (2342) vimaranenses com direito a voto.

Os candidatos diferem no género, uma diferença que se prolonga nas propostas eleitorais e políticas, métodos e comportamento. E apoiantes. De comum, Ricardo e Sofia apenas têm alguns formalismos evidentes na campanha, auscultando os militantes e nos press-releases que distribuíram.

Claramente, votar em Ricardo ou na Sofia, não é a mesma coisa, quer para o presente quer para o futuro

Na sua sedução dos militantes, ambos apostaram em complicados jogos de interesses – o pior da política partidária – fazendo emergir estrelas que não brilham mais do que para além do seu horizonte curto, de influência mais do que duvidosa e que assumem viver do orçamento municipal.

Hoje, quando se iniciar o escrutínio dos militantes, revive-se o momento das eleições para a Federação  do PS ainda recentes que colocou em trincheiras diferentes os candidatos.

Ricardo Costa, conquistou, então a maioria das preferências dos votantes socialistas, situação que o próprio espera repetir e pela qual lutou; Sofia Ferreira, coloca-se na trincheira oposta, dos que desejam suceder a Bragança cujo trono e herança pode acabar mesmo no fim do seu último mandato.

O PS, como partido, vive um ambiente de divisão, sem aproximações entre desavindos, de pequenas vinganças, e de poucas conquistas no plano autárquico para além da meramente eleitoral.

As suas figuras – na estrutura e no Município onde o poder do PS se materializa – também optam por caminhos sinuosos de afirmação ou de esconderijo.

Se Ricardo Costa pode dizer que todos os seus apoiantes deram a cara, Sofia Ferreira tem um défice até agora não resolvido: o silêncio do actual líder da comissão política, Luís Soares, anunciado como apoiante e que nunca revelou publicamente a sua preferência de apoio, apesar de constar da lista de pesos pesados anunciados por Sofia Ferreira.

Luís Soares, olha para a sua possível eleição de presidente da Federação do PS de Braga – como a via mais sustentável para o prolongamento da sua influência e carreira política. Anunciou a sua candidatura, retirou-a depois e lá no segredo dos Deuses alimenta retomá-la ou não em função dos votos para a concelhia de Guimarães.

Outro silêncio estridente é o de Sónia Fertuzinhos que nunca abdicou de deitar uma pitada do seu sal na vida interna do partido e que agora se encobre deixando em segredo sepulcral a sua preferência nesta escolha local do líder do PS Guimarães.

Estes silêncios encobrem uma parte da nuvem negra que se abate sobre a coesão partidária e que estas eleições tendem a resolver e clarificar. Estranho é também o posicionamento de Adelina Pinto que não teve nada de vistoso na campanha apesar de constar como participante dos grupos de reflexão da candidata Sofia Ferreira.

A eleição da comissão política do PS vimaranense é, também, um jogo de peões de brega – figuras subalternas do cavaleiro – que pretendem com o seu voto conquistar os cinco minutos de fama habitual.

É este jogo, por vezes pequeno, maldizente, interesseiro que define eleitos e eleitores e que pode catapultar figuras para o estrelato da política local ou nacional.

Poderá perguntar-se já que PS teremos já amanhã em Guimarães. E que grupo de militantes consegue afirmar o partido no contexto mais distrital, regional e nacional. E se os dirigentes eleitos vão continuar a afirmar o seu peso e poder pessoal apenas – como fez Luís Soares – deixando de lado a afirmação de Guimarães a cargo do poder local que foi quem conquistou prestígio pelo seu desempenho, para a comunidade como aconteceu nos mandatos de António Magalhães.

A ainda recente nomeação de Miguel Alves – autarca de Caminha e que fez o seu tirocínio político no PS de Guimarães – para Secretário de Estado Adjunto do Primeiro-Ministro, colocou uma nódoa mais na influência dos socialistas de Guimarães e de Braga. 

Por exemplo, o distrito de Viana do Castelo teve um Ministro da Educação e tem agora três Secretários de Estado no governo, uma influência bem contrastante com o poder de influência da dupla Barreto/Luís Soares.

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