Numa reunião da vereação, diferente – no dia e na hora e no contexto -, a Câmara foi eclipsada pelo título de Capital Verde Europeia (CVE2026), atribuído na véspera, em Valência.
O ambiente e a sustentabilidade, tornaram-se tão consensuais, em Guimarães, que o discurso político se tornou comum aos vereadores do poder e da oposição.
Ricardo Araújo, vereador do PSD, participando por zoom, a partir de Lisboa, falou “da conquista” (em Valência) como “algo que a todos orgulha”. Um selo que se tornou num “compromisso com o desenvolvimento sustentável e a descarbonização” da cidade e do concelho. E algo que passa a ter “o consenso político alargado”.
O vereador do PSD disse sobre o presidente da Câmara – o que alguns socialistas gostariam de ter dito e não disseram – sobre mais uma classificação com sede na União Europeia: “Domingos Bragança teve visão, lá atrás, há mais de uma década quando apontou para este objectivo”.
Repetiu, para evitar apropriações políticas ou outras, que “foi o presidente que teve esta visão”… de cuidar do ambiente e primar pela sustentabilidade.
E acrescentou à visão do autarca, “a determinação… porque nem todos acreditavam que era um objectivo alcançável”. Aqui, elogiou Domingos Bragança, por não ter ‘deitado a toalha ao chão’ quando não conseguiu à primeira, nem à segunda vez…
Ricardo Araújo meteu nesta prenda de Natal que o presidente pode ostentar junto ao seu pinheirinho ou presépio político, os elogios à equipa técnica responsável não apenas pela candidatura mas também pela implementação das políticas traçadas em sede do Município e alimentadas em extensão no Laboratório da Paisagem – a base da distinção – num conjunto harmonioso de medidas consistentes, enquadradas (e não desgarradas), como boas práticas dos Municípios e das cidades.
Citou nomes – Isabel Loureiro, Dalila Sepúlveda, Carlos Ribeiro – a quem, também, “é devido um reconhecimento”. E que classificou como “uma equipa técnica de excelência”.
Recordar a experiência da CEC 2012
E antecipou mais e melhores práticas na área do ambiente e sustentabilidade, pois, “Guimarães tem ainda muitos problemas ambientais para resolver”. O desígnio de ter o título de CVE e a sua atribuição, também “é uma responsabilidade”, no âmbito das políticas futuras do ambiente e da sustentabilidade.
“Estamos disponíveis para reforçar esse caminho, na parte que nos toca” – sublinhou e concluiu o vereador social-democrata.
Outro vereador do PSD, Bruno Fernandes, admitiu que a candidatura a Capital Verde, ao início, “parecia um concurso de títulos”, ressalvando que “sempre registamos esse objectivo macro como um desígnio de todos os vimaranenses, de cuidar do nosso concelho”.
Diria ainda que a opção pela sustentabilidade representa “uma mudança de hábitos e muitos de nós temos hábitos que têm de ser mudados”.
Alertou para a experiência da CEC 2012… e que “com essa experiência, todas as medidas, equipamentos, investimentos previstos para 2026 nos permitam fazer diferente do pós 2012”. Bruno Fernandes não espera só foguetório e festa mas como o presidente “já não sendo candidato, nem vai andar nas eleições, porta a porta, a pedir votos” admite que terá tempo e vontade para “preparar 2026 – o ano da celebração da CVE – como algo decisivo que é preciso concretizar”.
Recordou que o élan e o trabalho pensado, feito e projectado – numa lógica de longo prazo – com a CEC 2012 não tenha sido bem aproveitado para projectar ainda mais Guimarães. E espera que isso não volte a acontecer como então.
Neste diálogo a três, Domingos Bragança concluiu a abordagem desta conquista da CVE com o troféu na mão, começando pelos agradecimentos à equipa técnica, “uma equipa de qualidade que juntou razão e o coração” que esteve sempre disponível neste processo. Juntou Sofia Ferreira, a vereadora do Ambiente aos que contribuíram para este êxito, incluindo toda a vereação.
Lembrou que “a liderança deste processo foi minha” e quando “foi questionada se era para seguir em frente, todos perceberam que a candidatura era de uma comunidade inteira – escolas, empresas, juntas de freguesia e cidadãos”.
“Este caminho da sustentabilidade foi também apreciado por outras cidades.”
E justificou que “este caminho da sustentabilidade foi também apreciado por outras cidades”, que questionaram “se esta força teria continuidade depois do fim dos meus mandatos”.
Sobre o título de Capital Verde que Guimarães adiciona ao da Capital da Cultura, o presidente da Câmara entende-o como “uma distinção enorme e com impacto europeu”.
Reforçou: “em 2026 seremos a parte visível de uma cidade que assumiu um compromisso para o futuro e esperamos, inspirar mais cidades – sobretudo as cidades médias da Europa – quando celebrarmos a Capital Verde Europeia”.
Declarou que “a preparação da CVE 2026 tem de ser consensualizada com todos – Câmara, Assembleia Municipal e sociedade”, esperando que o evento e o estatuto tenha impacto nas candidaturas regionais e nacionais do PT2030.
Num tom de orgulho, Domingos Bragança disse que “a CVE não nos foi entregue… nem dependemos de um qualquer Governo, fomos nós que o conquistamos”.
Acredita que “a visibilidade de Guimarães será enorme, tal como será enorme a reputação que advirá da sua entrega”, elencando depois alguns dos projectos que podem ser implementados como consequência da CVE… “da descarbonização, ao lixo zero, da qualidade da água, da economia circular, das zonas verdes”.
E deixou um aviso, directo a quem vê com bons olhos projectos para a cidade: “Não podem agora negar-nos a introdução da mobilidade urbana suave… isto é de uma força, este estatuto! E porque é que Guimarães não há-de ter esse apoio?”
Concluiu: “com a força da CVE não há outro caminho e todos devem ser e sentir-se envolvidos”.
© 2024 Guimarães, agora!
Partilhe a sua opinião nos comentários em baixo!
Siga-nos no Facebook, Twitter e Instagram!
Quer falar connosco? Envie um email para geral@guimaraesagora.pt.