O Governo concordou com a ideia, PS e PSD/CDS-PP estão de acordo, a Câmara “ofereceu” terreno e pagou o projecto.
Mesmo com resoluções do Conselho de Ministros, com visitas de Ministros da Justiça e Secretários de Estado, o Tribunal das Varas Mistas, em Creixomil, agoniou, ficou sem condições e o Estado continuou a pagar rendas exorbitantes pelo aluguer de um edifício licenciado para ser hotel.
Agora, está aí uma guerra política partidária sub-reptícia, entre esquerda e direita, com o Governo de António Costa a levar ‘por inteiro pancada’ por ter deixado tudo como está.
Da Comarca de Braga, o juíz-presidente alerta e confirma que há que encontrar soluções provisórias antes que se comece a construção de mais um edifício público que só o Governo actual pode decidir e arrumar.
Na última reunião de Câmara, registou-se mais um episódio desta novela que ainda vai ter uns capítulos mais e cuja história é mais um exemplo de que Guimarães continua amarrado a inconfessáveis interesses no panorama distrital – onde ainda se definem o que se faz e quem faz – e onde se deixa para amanhã o que devia ser feito hoje.
O pessoal político segue, entretanto, animado por guerras políticas do Alecrim e Manjerona, sem que ninguém dê um murro na mesa… até para esconder alguma incompetência de liderar a indignação e defender Guimarães, em Braga, no Porto ou em Lisboa.
Na reunião de Câmara, da última Segunda-feira, a vereadora da ‘AD’ vimaranense, Vânia Dias da Silva relembrou os rumores – de que tinha falado – sobre a possibilidade da transferência de serviços do foro criminal das Varas Mistas, de Creixomil para Famalicão.
Domingos Bragança relembrou que foi ele que levantou primeiro a bandeira da necessidade de alterar o parque das instalações da Justiça.
E entre 2016 e 2024 apenas promessas foram deixadas no ar, para além da oferta da Câmara de um terreno para o Campus de Justiça vimaranense – e o pagamento de um projecto, também, sujeito a duas alterações.
“O presidente da Câmara foi enleado nesta teia, arrastando os vimaranenses e Guimarães.”
Foi o principal tema do período de antes da ordem do dia e serviu para umas ‘bicadas’ políticas, de toda a espécie, como as de que “o Governo PS enganou os incautos”, e de que “o presidente da Câmara foi enleado nesta teia, arrastando os vimaranenses e Guimarães”.
Vânia Dias da Silva admitiu que “o governo da AD tenha de analisar o projecto e ver se está actual, uma vez que é de 2016 e já passaram oito anos, sem solução, mesmo com dois governos do PS”.
Domingos Bragança, teve de dizer, neste contexto político-partidário, que quem colocou na agenda política do Governo, a questão do Campus de Justiça, foi… “este presidente da Câmara…”
Não disse que foi ele mas todos perceberam que Domingos Bragança, no exercício das suas funções andou à frente, de partidos políticos, do PS, de juízes e advogados, falando “da necessidade imperativa” de ter um Campus de Justiça que mudasse as Varas Mistas, de Creixomil, para a zona de Margaride/Costa, em mais uma política de tornar a cidade mais consistente, preenchendo-a e alargando-a.
Esta visão urbanística de alargar a cidade com novos equipamentos e serviços públicos, acabou interrompida e apesar das visitas de governantes… ainda só foram cumpridos uns metros nesta maratona de vários quilómetros.
O presidente Domingos Bragança, lembrou que fez o mesmo para “a necessidade, também, imperativa” de construir um novo bloco no Hospital que já ameaça ruptura por não responder às necessidades.
Defendeu-se que estas suas lutas, tiveram consequências, pois, “o Governo assumiu este investimento”, para além do protocolo com o Ministério da Justiça, dirigido então por Francisca Van Dunem.
E criticou a mais recente Ministra da Justiça, do último Governo de António Costa, de não incluir o Campus de Justiça de Guimarães, na Pasta de Transição Pública entre governos, na sequência dos resultados eleitorais.
Um dossier sobre este assunto está a ser preparado pela redacção de Guimarães, agora! e que será publicado durante o mês de Maio.
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