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Quinta-feira, Novembro 21, 2024

Ave Mobilidade: aluna denuncia problemática dos passes ao executivo camarário

Economia

A aluna da Escola Secundária Francisco de Holanda e membro da direcção da Associação de Estudantes interpelou o presidente da Câmara acerca da “problemática dos transportes públicos de Guimarães”. Esta é mais uma das várias denúncias feitas sobre a operadora Ave Mobilidade recentemente.

Na sua intervenção, Inês Rodrigues explicou que reside em Gonça e que é “obrigada” a utilizar as rotas da transportadora Ave Mobilidade, “dados os escassos horários da Guimabus”. A jovem passou a relatar um episódio que decorreu na Terça-feira, dia 21 de Março, quando, ao passar o passe na máquina da camioneta da Ave Mobilidade, “deu erro”. Posto isto, o motorista pediu-lhe que “mostrasse a vinheta comprovativa”. “Uma vez que a Guimabus não dá nenhuma vinheta mensal, eu não tinha para mostrar. Assim, o motorista deu-me duas opções, ou saía do autocarro, ou tinha de pagar, optei por essa opção, paguei 2 euros e 40 cêntimos para me deslocar à escola”, denuncia a estudante.

“Infelizmente tiveram mesmo de sair do autocarro porque não tinham dinheiro para pagar o bilhete.”

Na mesma viagem, Inês deu conta que dois colegas passaram pelo mesmo, mas “infelizmente tiveram mesmo de sair do autocarro porque não tinham dinheiro para pagar o bilhete”. Segundo a aluna, a mesma situação voltou a acontecer no dia seguinte e teve que voltar a pagar bilhete, mesmo tendo o passe gratuito garantido pelo Município.

Para esclarecer a situação, a jovem deslocou-se aos balcões de ambas as operadoras, Ave Mobilidade e Guimabus. “Na Guimabus, a informação que me deram foi que não tinham vinhetas para dar e que não iam dar porque o transporte para os estudantes é gratuito”, relatou. Já na transportadora da CIM do Ave, informaram “que os motoristas têm informação para deixar entrar os passageiros se a máquina funcionar” e, “caso dê erro”, os utilizadores têm “de mostrar a vinheta”. “Informei que a Guimabus não dá vinhetas a estudantes. A Ave Mobilidade disse-me que eles davam vinhetas e que a Guimabus também tinha de dar”, expôs.

📸 GA!

“Neste momento o meu direito de me deslocar gratuitamente para a escola depende da boa vontade do motorista me deixar entrar ou não.”

“Posto isto, neste momento o meu direito de me deslocar gratuitamente para a escola depende da boa vontade do motorista me deixar entrar ou não”, declarou Inês. A jovem fez questão de interrogar o presidente da Câmara, que “é também presidente do Conselho da Comunidade Intermunicipal do Ave, tem a tutela e a responsabilidade total sobre o que se passa com a Ave Mobilidade”, e deixou as perguntas: “Quando é que por uma vez esta situação vai ficar resolvida? Vou ter de continuar a pagar bilhete sempre que a máquina nos autocarros da Ave Mobilidade não esteja a funcionar correctamente? Quem vai ressarcir o dinheiro que eu e os meus colegas já pagamos pelos bilhetes?”.

Domingos Bragança assumiu que a concessão dos transportes à Ave Mobilidade “não correu bem”, mas esclarece que, apesar de ter votado favoravelmente, não era presidente da CIM do Ave quando o acordo com a transportadora foi efectuado. Disse também que as duas operadoras do concelho “têm uma difícil relação” e que “quem sai prejudicado são os utentes”. O autarca admitiu, ainda, que “todos os outros sete colegas [dos concelhos da CIM] estão com muita apreensão e preocupação com o que está a acontecer nos territórios”.

A vereadora com o pelouro da Mobilidade e Transportes, Sofia Ferreira, falou com a jovem no final das intervenções. Nas declarações finais à imprensa, a autarca explicou o processo de concessão da operadora, tanto com a CIM do Ave, como com o Município. “Há uma parte que tem sido mais complicada de gerir que é o relacionamento e o acerto de um conjunto de detalhes entre os diferentes operadores”, revelou.

Quanto à situação denunciada por Inês Rodrigues, a vereadora garante: “Nesta e noutras situações idênticas faremos o que temos vindo a fazer que é, junto da CIM, defender a resolução destas questões”. Quanto ao reembolso inquirido pela jovem, Sofia Ferreira recomenda “guardar as facturas e fazê-las chegar à CIM do Ave”.

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