A assembleia de credores confirmou, hoje, a venda das quatro empresas do grupo António Almeida & Filhos por 3 511 999,00 euros.
A liquidação da António Almeida & Filhos, da Morecorger Energia SA, da Moretextile Imobiliária SA e da Moretextile SP/ ACE demorou 45 dias num processo conduzido pela administrador de insolvência Bruno da Costa Pereira, cuja competência na condução do processo foi reconhecida pelos credores.
Em quase duas horas, foram resolvidas as questões e dúvidas e votadas as propostas do administrador.
Assim, foram assegurados todos os direitos sociais e laborais dos 207 trabalhadores das empresas do grupo AAF, nomeadamente as que se referem a antiguidade, uma vez que todos os salários se encontravam em dia.
Perante este facto, o administrador incluiu dois trabalhadores na comissão de credores apenas simbolicamente porque todos serão integrados na nova empresa a criar e deixam de ser considerados como credores.
Novo Banco, EDP e FACCE – Fundo autónomo de apoio à concentração e consolidação de empresas é um dos três instrumentos do Programa PME Consolida – foram escolhidos para a comissão de credores com os dois trabalhadores que serão substituídos pelos membros suplentes.
Bruno da Costa Pereira, administrador da insolvência viu todas as suas propostas aprovadas por uma quase unanimidade dos credores, pela clareza das suas posições e esclarecimentos. Sobretudo as que se referem à incorporação das insolvências das três empresas do grupo no mesmo processo de venda.
Se a opção pelo encerramento da empresa e associados fosse acolhida, “todos os credores receberiam zero”, dos 3 511 999,00 euros que é o produto da venda da massa falida, dados os privilégios dos trabalhadores e de outros credores hipotecários.
Justificou que se abre a possibilidade de um maior número de credores entrar no bolo que será repartido com o produto da venda. Disse mesmo que a António Almeida & Filhos apenas “tinha umas máquinas para vender”, uma vez que os imóveis eram propriedade da sociedade imobiliária.
Os credores aceitaram, também, que o administrador fosse remunerado com 6 mil euros por mês nos três em que administrou esta insolvência.
“Os trabalhadores ganharam um patrão, um homem do têxtil-lar, conhecedor do sector que não vai deixar perder as oportunidades que o mercado oferece…”
Para Francisco Vieira, dirigente do Sindicato Têxtil do Minho, o desenrolar do processo deixa os trabalhadores satisfeitos. “Os trabalhadores ganharam um patrão, um homem do têxtil-lar, conhecedor do sector que não vai deixar perder as oportunidades que o mercado oferece para refazer uma empresa com 65 anos”. Destacou que Domingos Almeida mostra ter “condições para concretizar a carteira de encomendas da empresa, no valor de 3,5 milhões de euros, até ao final do ano e desta forma acabar com a instabilidade vivida na empresa”.
O dirigente sindical mostrou-se convencido que “a empresa tem condições de jogar noutros campeonatos, quer pelo seu prestígio internacional quer pelo conhecimento e capacidade do novo patrão”.
Fez votos para que “tiremos os trabalhadores do miserável salário mínimo nacional, o mercado está com pujança e mesmo num sector com altos e baixos é possível motivar os trabalhadores com melhores salários”.
Elogiou os trabalhadores por durante este processo terem demonstrado “maturidade e paz pois tinham confiança num desfecho positivo”.
Bruno Pereira, administrador da insolvência, congratulou-se “por 45 dias depois ter chegado a este resultado de ter vendido a empresa, salvaguardando todos os postos de trabalho e remunerando os credores em função de critérios que serão agora definidos”.
Falou dos obstáculos que foram vencidos, nomeadamente o facto de o processo ter decorrido em cima de um mês de férias. “Com o apoio dos credores e do Sindicato Têxtil que serenou os ânimos dos trabalhadores, sem ruído e focos de tensão foi possível encontrar esta solução de venda com um empresário do sector que dá todas as garantias para que a empresa seja bem sucedido no futuro imediato”.
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