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Quinta-feira, Março 28, 2024

“Estamos sempre a reduzir aos custos e não podemos fazê-lo com o tratamento de água”

Joaquim Almeida não teve receio de expressar a sua indignação

Foi no início do ano que surgiu a indignação perante a tabela de preços praticado pela Tratave para tratar águas residuais.

Quando a 17 de Janeiro deste ano, Joaquim Almeida, assumiu, sem qualquer receio, a indignação dos industriais têxteis sobre os preços praticados pela Tratave para tratamento de águas residuais, abriu as asas de um movimento que, quando é preciso, deve agitar a indignação sobre o que importa corrigir e mudar. Apesar de apoiado em quase silêncio absoluto pelos seus pares, o empresário não baixou os braços e seguiu uma cruzada que não quer apenas sua e à qual a Câmara Municipal aderiu. E que possa representar uma estimulo à união de empresas e empresários na defesa de interesses comuns. E pode ter ajudado a sensibilizar o governo para encarar este problema de frente.

Ao Jornal T, Joaquim Almeida mostrou a sua revolta com o aumento de 4,3% – superior à taxa de inflação – que afecta a competitividade do sector, perante ameaças de custos de contexto que desfavorecem as empresas nacionais.

“O nosso esforço de reduzir custos, que é constante, para manter a nossa competitividade, não podia ser posto em causa, por decisões administrativas tomadas em gabinetes”, afirma justificando a tomada de posição e defendendo que para além de justa, merecia também uma apreciação e valorização, de quem às vezes não quer entender nem o contexto onde os empresários gerem as empresas, nem, muito menos, a importância do sector têxtil para a economia regional e nacional.

Este acelerar de indignação é explicado porque “até agora o sector aproveitou bem as condições e as oportunidades do mercado” para aguentar as taxas impostas. Mas o mercado está um pouco em baixa e os custos com o tratamento das águas residuais, não podem ser a gota de água que traga mais instabilidade aos preços que o sector têxtil pratica para se manter competitivo.

Sabendo que, afinal, o aumento dos preços do tratamento de águas residuais são alterados para que as Águas do Norte possam manter metas administrativas traçadas num plano de negócios que marca a sua sustentabilidade, sem cuidar de saber quem paga e quanto paga, Joaquim Almeida entende que “o sector têxtil não deve ser a vítima desses objectivos” e teme que “haja mais aumentos em 2020”.

Lamenta aquele empresário que se lhe dificulte “a instalação de uma ETAR para fazer esses tratamentos, como já requereu”, evidenciando que os organismos do Ministério da Economia que tutelam essa área “encravem por tudo e por nada” essas ETAR’s que em tempos estimularam para serem construídas. Reconhecendo que neste caso particular da água há uma concorrência desleal, lembra que as empresas estudam todas as estratégias para manter os seus custos controlados, e Joaquim Almeida explica o que se passa com a energia. “É o único custo que vamos controlando porque, dada a liberalização do mercado da energia, podemos negociar com qualquer empresa distribuidora, o melhor preço e neste caso temos sentido a baixa de custos” – sustenta. Admite que outra solução de redução de custos de energia passa pela instalação de painéis solares de cerca de 1,5 milhões de euros, capaz de com um motor de auto-consumo, diminuir à factura energética.

Sobre a conjuntura actual, Joaquim Almeida nota sinais de retração do mercado, que afecta para já as pequenas empresas que prestam serviços às exportadoras, num cenário em há mais trabalho mas preços mais baixos. Admite que com o boom de anos anteriores, haja empresas em dificuldades por terem investido na base de um cenário económico mais favorável e adequado à necessidade de se tornarem mais competitivos e que agora têm dificuldades em pagar compras de equipamento ou aumentos na estrutura fabril.

© 2019 Guimarães, agora!

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