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Sexta-feira, Novembro 22, 2024

Vitória: oferta de aquisição da SAD (46%) por 5,5 milhões, mais 2 milhões para obras e linha de crédito

Economia

António Miguel Cardoso conseguiu cumprir uma das suas promessas eleitorais, “cobrada” por alguns sócios, desde então: arranjar um parceiro investidor.

O anúncio chegou às 21h45, de ontem. No site, o clube divulgava ter uma proposta de um “parceiro económico de grande relevo”. Bem conhecido e identificado: Nassef Sawiris, dono do clube inglês Aston Villa FC. E com uma proposta de valor concreto.

A V Sports de Nassef Sawiris e Wes Edens para além dos 46% da SAD, aceita participar com dois milhões em infraestruturas e abrir uma linha de crédito de 20 milhões com condições preferenciais e uma taxa de juro “amiga”, de 5,5% sem comissões para investir no plantel e na estrutura do futebol.

Também confirmava a informação do VSC que a direcção de António Miguel Cardoso tinha um princípio de acordo, notícia divulgada com uma foto demonstrativa desse acordo com um aperto de mão entre o presidente do clube e dono da V Sports.

António Miguel Cardoso e Nassef Sawiris. 📸 Vitória SC

Os sócios terão a palavra final sobre este negócio e das suas implicações e extensões, continuando o VSC a deter a maioria do capital da SAD, uma condição de que nenhum sócio parece prescindir para reforçar a autonomia financeira da sociedade desportiva.

Esta decisão, abre um debate aberto, que a administração da SAD promete realizar, no seio da comunidade vitoriana para se perceber tudo sobre o cumprimento de uma promessa eleitoral do presidente vigente: a importância, as implicações, o que ganha ou perde o VSC, com um novo accionista a investir numa sociedade em que não terá a maioria do capital, e a maioria na gestão da mesma, que passa a ter, de novo, cinco administradores numa proporção de 3+2 a favor do Vitória.

Reafirma O JOGO que a V Sports já havia “ponderado” esta parceria em Maio de 2021 e depois desistiu. Retomando agora as conversações com a actual direcção do clube no Verão do ano passado e a parceria a ter contornos melhor definidos apenas na segunda semana deste mês.

Para o Aston Villa, detido pela V Sports, esta parceira estratégica “é um passo importante para a expansão global da empresa e da sua internacionalização, permitirá criar sinergias entre clubes e o seu grupo e permite a partilha de redes mundiais de scouting, metodologias de treino nas academias, melhores práticas e estratégias de desenvolvimento de academias de jovens em toda a Europa e África”.

“As negociações, que estão em curso há quase dois anos, progrediram graças aos passos positivos dados pela nova equipa de gestão.”

Nassef Sawiris, presidente e um dos fundadores da V Sports, afirmou aos meios do Aston Villa: “A V Sports tem o prazer de ser sócia do Vitória Sport Clube. As negociações, que estão em curso há quase dois anos, progrediram graças aos passos positivos dados pela nova equipa de gestão liderada por António Miguel Cardoso, cuja energia e visão tem sido uma componente crucial para se chegar a este acordo”.

Segundo O JOGO, também, António Miguel Cardoso, presidente do Vitória, comentou o negócio: “desde a primeira reunião descobrimos que o Sr. Nassef Sawiris é um homem de sérios compromissos e disponível para ser o parceiro certo que o Vitória precisa neste momento importante da nossa história”.

Curiosamente, o Palco 23 líder em informação económica sobre Desporto, dava conta, esta manhã (5h00 de Madrid) de que o futebol espanhol era o segundo, entre as Ligas Europeias com mais proprietários “multiclube”, como será o caso da V Sports se conseguir ter o Aston Villa e o VSC no mesmo grupo.

“Espanha conta com 18 clubes que pertencem a empresas com outras participações futebolísticas” – escreve aquela publicação. E esclarece que oito são equipas da 1ª divisão, sete da 2ª e três da Primeira Rfef e categorias inferiores.

Por estes números, o futebol espanhol consegue liderar a tendência para a propriedade multiclube, e do número de empresários que são donos de mais de um clube na Europa, negócio que tem disparado, alcançando cerca um total de 150 clubes na Europa e com a Espanha a ser o segundo país com mais propriedades deste tipo.

A UEFA havia já publicado um relatório sobre a “paisagem” do futebol europeu em que aborda esta questão. Só a Itália está por cima da Espanha onde 19 clubes formam parte do “multiclube” de proprietários.

Também se sabe, segundo o estudo da UEFA que os investidores americanos são um terço dos proprietários, donos de mais de um clube.

A propriedade de mais de um clube está restringida na maioria dos países. A UEFA alerta de que este tipo de propriedade, pode, entretanto, supor uma ameaça à integridade das competições europeias de clubes, pois, no caso presente, até o VSC poderia defrontar o Aston Villa – como já aconteceu – nas provas europeias.

A UEFA reconhece que o auge desta situação de novos proprietários, com mais de um clube, se deve a uma combinação de factores macro-económicos tendências mundiais de investimento, com mais de 180 exemplos em todo o mundo.

O número de fundos de investimento implicados nas transacções futebolísticas pode também explicar este fenómeno no mundo do futebol, uma tendência que tende a acelerar e centra-se em clubes com activos menos valorizados mas com perspectivas de crescimento sólido e constante.

📸 Marco Jacobeu

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