O Vitória é uma presa fácil de equipas organizadas, que fazem das tripas coração, e que “dão a vida” em cada jogo. A sério.
Falta tudo: sistema de jogo, garra, sorte do jogo. O Vitória está ao alcance de todas as equipas do futebol português, não importa a sua classificação. É muito mais que presa fácil. E tudo porque joga para os mínimos…
Com o seu futebol previsível, sem um plano de jogo que mostre uma boa prática de futebol, o Vitória é o adversário mais fácil e mais dócil para as equipas portuguesas. Não sabe o que fazer com a bola, não surpreende o seu antagonista, não joga em contra-ataque, nem em ataque continuado. Não se percebe o seu futebol.
O Nacional compreendeu tudo isto e aguentou até mais de 90′, com um golo que Pedro Mendes – um ex-jogador das escolas de formação do Vitória – que, de fora da área, chutou forte levando a bola a raspar no calcanhar de André Amaro e a desviar a sua trajectória de Bruno Varela que nada podia fazer. Estavam jogados apenas 7′.
O curioso é que com esse golo solitário, a equipa madeirense guardou a vantagem, fazendo o seu jogo, sem deixar de trocar a bola na intermediária do Vitória e de tentar o segundo golo que esteve para acontecer. Tudo com calma, ponderação, humildade.
O Vitória apenas jogou escassos 10′. Nesse lapso de tempo (entre os 23′ e 33′) Pepelu atirou ao poste e Rúben Lameiras à trave. Foi o canto do cisne da equipa vimaranense que deve a si mesma razões para explicar tamanha decepção.
Depois, foi mais do mesmo, uma equipa sem maestro, sem ordem para jogar e ganhar, deixando que os jogadores brilhassem individualmente e não colectivamente.
Ninguém, na bancada e em casa, percebia como o último da classificação apenas se servia da sua organização em campo e da vontade dos seus jogadores para destronar um Vitória recheado de craques de outra valia. É assim que no Vitória, jogadores e treinadores entram num processo de anulação e destruição mútua, em que ninguém fica bem na fotografia.
© VSC LPFP
O Vitória jogou com: Bruno Varela, Sacko (Janvier 63’), Jorge Fernandes, André Amaro, Sílvio (Noah 73’), André André (Quaresma 74’), Pepelu, Rúben Lameiras, Edwards (Rochinha 73’), André Almeida (Ouattara 64’), Óscar Estupiñán.
Notas de um bailinho da Madeira:
- E ao 12º jogo da 2ª volta, em 36 pontos possíveis, o Vitória apenas amealhou sete… Um aproveitamento de apenas 19%. Ou seja, aos 31 pontos averbados à 17ª jornada, final da 1ª volta, o Vitória em 12 jogos apenas somou mais sete;
- Com esta miséria de resultados e ambições, e mesmo com os maus resultados dos seus adversários – o Paços de Ferreira perdeu quatro jogos consecutivos – e o Vitória não saiu do 6º lugar. E tem de ter cuidado, pois ao olhar para baixo, tem cada vez mais equipas com pretensões e para quem o Vitória não tem aumentado vantagem quando elas defrontam adversários difíceis;
- André André fez mea culpa, no final do jogo, reconhecendo que “entramos mal” para acrescentar que “há vários jogos que é assim”;
- Isso é um sinal de que na hora do jogo a equipa entra rendida ou confundida com a responsabilidade que tem e não sabe assumir;
- O mais engraçado desta história é que o Vitória joga nos limites, entre o 1-0 e o 0-1, diferenças pequenas que permitem recuperar;
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