É outra data para figurar nos anais da Sociedade Musical de Guimarães (SMG) que terá no corpo de edifícios do Teatro Jordão e da Garagem Avenida espaços para as suas actividades musicais.
Vítor Matos, actual presidente da SMG tem a convicção de que “a reabertura do Teatro Jordão (TJ) e da Garagem Avenida (GA)”, representa “uma admirável conquista no processo de afirmação de Guimarães enquanto território pioneiro e vanguardista na promoção e fomento de uma cultura do conhecimento, centrada no domínio das artes”.
O professor, músico e maestro elogia a Câmara no esforço despendido nesta reabilitação, “um processo difícil, repleto de vicissitudes, um caminho tortuoso, com os mais inesperados obstáculos e barreiras que nunca abalaram a crença e a vontade de tornar possível este dia”.
E afirma que “valeu a pena” pois, o Teatro Jordão, “renovado, moderno e funcional” fica ao serviço dos vimaranenses.
Assinalando a perseverança da Câmara Municipal de Guimarães “e por nunca abdicar da defesa do nosso património colectivo”, Vítor Matos disse que “devemos sentir muito orgulho no trabalho desenvolvido nos domínios da cultura, da preservação do património, do elogio e culto à memória colectiva”, sendo o TJ “uma bandeira de uma cidade que não esquece o seu passado, um território que não renega a sua história e que não se coíbe de continuar a escrevê-la”.
“Assim é Guimarães, uma cidade e um povo singular, com vaidade e orgulho em tudo o que é nosso”.
“Assim é Guimarães, uma cidade e um povo singular, com vaidade e orgulho em tudo o que é nosso, não querendo ser mais nem melhor que ninguém, apenas orgulhosamente diferentes” – notou.
Numa tarde, em que o vimaranensismo esteve em foco, o presidente da SMG reforça a ideia de que o TJ “é bem mais do que uma mera casa de espectáculos, é sim um autêntico repositório de cultura e identidade comum, um património colectivo que hoje é devolvido aos vimaranenses”.
Mais à frente, sublinhou que “o dia 12 de Fevereiro de 2022 ficará para sempre gravado na história da Sociedade Musical de Guimarães” e lembrou todos aqueles que serviram “uma vestuta e centenária instituição, nos seus longínquos 119 anos de existência”.
Descrevei a longevidade da SMG como “uma curiosa lição de resistência à erosão dos tempos” a par de “uma humilde demonstração de sabedoria, qualidades demonstravas na capacidade de adaptação às mudanças dos tempos”.
Referiu que a instalação da SMG neste edifício “é um reconhecimento do valioso trabalho desenvolvido pela instituição na formação, promoção e estudo do fenómeno musicológico no concelho de Guimarães”.
E será fundamental na completa universalização no acesso ao ensino da música, que já se estende para fora do concelho, por força do contrato assinado com o Estado. Lembrou que “os tempos futuros perspectivam-se desafiantes perante a abertura de novos horizontes”.
Vítor Matos não quer a SMG a contemplar o trabalho realizado mas “almejar” mais. Ou seja, aumentar para além dos 700 os alunos que frequentam as suas escolas, passar a barreira dos 100 concertos que promove anualmente, desenvolver os grupos que alberga no seu seio como os Jovens Cantores até aos Vilancico ou Coro En’canto para os mais velhos.
Também, o fomento do estudo da música no concelho, está na agenda, e aqui o relevo vai novas investigações e publicações, enriquecendo o património cultural vimaranense com a criação de um Centro de Estudos e Investigação Musical.
📸 Paulo Pacheco
A musicografia intensificará a oferta apoiando o público sénior no seu dia-a-dia.
Porém, admite que possam surgir novos desafios que as novas instalações e condições proporcionam ao mesmo tempo que novas sinergias com outras instituições como a UMinho possam enquadrar-se nesses desafios. Tal como as escolas do ensino básico, no Teatro.
Um curso básico de Teatro no Conservatório de Guimarães permitirá “uma oferta inovadora e diferenciada”, de modo a que o percurso académico de um futuro actor, cenógrafo, produtor, possa começar no ensino básico.
“Aliciante estímulo de fazer deste espaço pioneiro, um centro de incubação cultural”.
Acrescentou, no seu discurso, “o enorme desafio de acrescentar à marca indelével do território consumidor de cultura o desígnio de cidade de criação de cultura”, o que pode continuar a fazer confluir o trio – Câmara, Universidade e Sociedade Musical – no “aliciante estímulo de fazer deste espaço pioneiro, um centro de incubação cultural” onde se culminem inúmeros projectos artísticos.
A escolha do modelo de gestão do Teatro Jordão e Garagem Avenida como equipamento cultural, será vital para que o Município defina a política cultural que quer perseguir com a utilização das instituições residentes desta nova estrutura.
Vítor Matos manifestou já a disponibilidade total para colaborar com o Município na solução mais conveniente e tornar-se agente facilitador da gestão do espaço, uma vez que toda a estrutura da SMG será transferida para o TJ.
“Perante o virar de página na vida cultural de Guimarães”, o presidente da Sociedade Musical, exprimiu “a enorme expectativa que nos invade e o entusiasmo que sentimos” por vislumbrar já “o aliciante novo ciclo que aqui começa” com o objectivo de através da música e das artes “criar melhores pessoas e melhores cidadãos”.
📸 Paulo Pacheco
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