A Casa de Margaride e os seus jardins estão classificados como monumento de interesse público. E recebem os convidados da Muralha, no dia 23 de Março (Sábado), pelas 11 horas.
Recentemente a camélia-japoneira, que pontua de forma impressiva e elegante os jardins da casa, foi eleita a árvore portuguesa do ano de 2024. Na chegada da Primavera é uma visita ao nosso património natural que a Muralha propõe.
Com a simpática colaboração da histórica Casa de Margaride, que atravessa e marca a história comum, a Muralha associa-se a um garden open day e propõe igualmente que, quem vier à visita, traga uma caneca de chá, para poder desfrutar dessa bebida nos jardins da casa.
Historiando, a primeira senhora de que há notícia da quinta de Margaride foi a notável e poderosa condessa Mumadona Dias (séc. X), fundadora do Mosteiro de Santa Maria de Guimarães, que a legou a Sesita e a sua filha Bronili, religiosas professas.
Esta última vendeu a sua ‘villa margaridi’ a Idila e sua esposa Astileov, a 14 de Junho de 2021. Idila, a seu tempo, conjuntamente com as suas filhas Bronili e Felícia, vendeu-a, a 9 de Fevereiro de 1044, a dona Elsinda, também religiosa professa. Em 1059, Fernando I de Leão, em seu inventário de propriedades e igrejas em Guimarães, ao tratar desta paróquia menciona apenas a igreja de São Romão de Mesão Frio e a quinta de Margaride.
Séculos mais tarde, por doação de 18 de Maio de 1314, a quinta de Margaride transita para a posse do Cabido da Colegiada de Nossa Senhora da Oliveira de Guimarães. Este facto determinará que, a partir de 7 de Novembro de 1423, esta propriedade passe a beneficiar do importante ‘Privilégio das Tábuas Vermelhas’, concedido nessa data pelo rei D. João I, à Colegiada de Guimarães.
Ao longo dos séculos sucederam-se os emprazamentos até que, em meados do século XVI, o domínio da quinta de Margaride recai na família dos condes de Margaride em cuja descendência se conserva até aos nossos dias.
A primeira descrição da Casa, que data de 1507, refere: “Casa torre, telhada, com três portas de arco” sendo certo que, entre 1644 e 1678, o jardim, o tanque com fonte de água corrente e seus muros maneiristas, bem como a varanda de sete fenestrações, foram construídos por Domingos Anes da Guerra. Também seu neto, Domingos José Cardoso de Macedo (1733-1796), antes de ir viver para a então Vila de Guimarães, produziu importantes benfeitorias na casa, no oratório e no jardim.
Durante cerca de um século nenhum dos donos da Casa de Margaride lá viveu, até que em 1890 o 2º conde de Margaride (1868-1933) decide ir para morar, realizando grandes obras, que incluíram o desaparecimento do segundo piso da torre medieval resultando no que hoje em dia existe, uma casa de planta em U, armoriada, composta por vários volumes, cujas intervenções são visíveis.
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