Há dois eventos para lembrar a data que hoje se comemora e se prende com uma das mais ricas actividades culturais.
A União de Freguesias da cidade, evoca na sua sede esta efeméride com uma alocução de Fernando Capela Miguel sobre “O Teatro e Gil Vicente em Guimarães”. Ao mesmo tempo homenageia a cidadã Emília Ribeiro pela sua dedicação as causas do teatro.
Numa visita ao monumento ao Teatro, na Alameda de São Dâmaso, pelas 17h00, de novo, ali, Fernando Capela Miguel lembrará os homens e mulheres que em Guimarães fizeram a história do Teatro, seguindo-se a actuação do Bando do Gil – grupo de Teatro.
Um espectáculo no grande auditório Francisca Abreu, a partir das 16h00, mostra a mais recente produção do Teatro Nacional 21. Orgia, Pier Paolo Pasolini, é um co-produção de A Oficina e do Teatro Viriato e mais um produção de Nuno Cardoso interpretada por Albano Jerónimo, Beatriz Batarda e Marina Leonardo.
Esta é uma tragédia contemporânea sobre a diversidade e sobre os impulsos obscuros e violentos que movem o ser humano. Mais do que uma peça de teatro, Orgia pode ser definido como um poema a várias vozes, ou um oratório laico que exprime, entre lirismo e declaração, os temas preferidos de Pier Paolo Pasolini, onde cabe a crise da sociedade contemporânea, representada através de uma obsessão individual, tal como referido em 1982 pelo crítico de teatro Franco Quadri.
Em Orgia, o mistério da fertilidade e os problemas da identidade encontram a obsessão do sexo, objecto de culpa e meio de conhecimento: eis então o delírio de um casal, uma orgia sangrenta de palavras que encontra a sua essência no reconhecimento da diversidade. Não é, no entanto, uma história pornográfica ou erotizada.
Orgia pertence ao terreno das ideias, que Nuno Cardoso nos apresenta reunindo em cena Albano Jerónimo, Beatriz Batarda e Marina Leonardo, erigindo este teatro de palavras conjugadas pela carne, “(…) uma tragédia contemporânea sobre a diversidade, a identidade pessoal e a procura por liberdade numa sociedade opressora, controladora e reguladora”, nas palavras do próprio encenador.
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