O antes e o depois do Dia Um de Portugal, em Guimarães, segue o modelo de celebração dos últimos anos.
A forma e o modelo de comemoração da data mais importante da cidade de Guimarães, assenta na continuidade.
E no triângulo do revivalismo histórico, através de uma feira, numa comemoração central onde a inauguração de obras é tida como marca do momento actual e na evocação da memória de uma história, de duas vilas e do seu viver.
A feira, este ano concentrada em volta dos monumentos do Monte Latito, para dar liberdade à vivência do Centro Histórico, persiste com a mesma animação e recreação.
Neste olhar para um passado assaz remoto, lembra-se o burgo, supostamente de uma aldeia que fervilha de vida, onde se afirma um povo e uma cultura e onde a economia vive do labor de muitos artífices.
De memória, sente-se o que se tem visto nas últimas edições, de mais de duas décadas, onde o quotidiano monástico parece dominar a cidade, naquele tempo influência pela Colegiada de Santa Maria de Oliveira.
📸 GA!
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O resto, é mesmo recreação em que um ou alguns aspectos de um quotidiano medieval é mais ou menos rebuscado e imaginado com transposição para o quotidiano actual.
Não falta a gastronomia, sujeita aos interesses das associações que promovem este espectáculo, numa incursão arriscada por um passado gastronómico envolto no vinho e nas iguarias confeccionadas ao lume, onde as aves deveriam – supostamente – dominar as ementas da altura, tal como o porco e animais selvagens que é agora pouco comum ver-se à mesa, de uma cidade histórica.
Claro que não falta a exibição bélica, de arqueiros senhores da guerra de então, e de actividades associadas ou próximas como a cordoaria e os materiais feitos à base da fundição e da forja, onde o têxtil também tinha a sua importância.
Finalmente, a fé, não se sabe em que Deus, iluminava os que iam à festa do burgo e tinham na Colegiada o seu momento de introspecção e de reencontro, solitário, com a natureza humana.
Também, na área da igreja da Oliveira, haverá baile e bailias, com espadas baixadas e no chão, num dos momentos em que o trabalho se suspende para dar lugar ao folguedo.
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O 24 de Junho que nos propõem para este ano de 2022, tem o protocolo habitual do hastear de bandeiras, sentindo-se aqui mais a influência do feriado municipal que se vive nesse dia. Haverá concertos de órgãos e sinos na igreja da Oliveira.
A sessão evocativa e solene da data, realiza-se ao fim da tarde, apenas mudando de local. O interior do Paço dos Duques é substituído pela Campo de São Mamede, abrindo-se ao povo a oportunidade de ouvir discursos e ver quem é distinguido pelo Município como credor das condecorações municipais.
As Jornadas Históricas são a parte mais cultural do programa e realizam-se no Sábado, 25 de Junho.
São sessões concentradas no Paço dos Duques. E onde se ouvirá falar de mesteres e mesteirais, um modo de se perceber a indústria e o artesanato; também nos chegarão os ecos de fiandeiras, tecelões e alfaiates, com visões sobre o papel da pele nos ofícios ligados ao couro, de correeiros, sapateiros e seleiros, qual ofício mais tradicional de então.
Falarão doutores, doutorados e mestres em história durante a tarde. E à noite este momento científico de um passado histórico, culminará com uma mesa redonda onde os mesteres da zona de Couros estarão em evidência.
📸 Município de Guimarães
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