Gracieli Silva, estudante do doutoramento em Sociologia da Universidade do Minho, venceu ex-aequo o Prémio Investigação 2022 da Associação Portuguesa de Apoio à Vítima (APAV), por um estudo sobre a violência doméstica.
O prémio foi entregue em Lisboa e reconhece a qualidade da sua dissertação Flores no Inferno, defendida no mestrado em Comunicação, Arte e Cultura. A distinção tem o apoio da Fundação Montepio e o valor de 1500€, tendo nesta 8ª edição sido partilhado ex-aequo com Sara Cardoso, que estudou a violência doméstica em idosos.
Gracieli Silva mostrou-se “muito feliz” pelo prémio, tal como a sua orientadora e directora do doutoramento em Sociologia, Emília Araújo: “Endereço os parabéns pela distinção, que tem elevado valor simbólico para a Universidade do Minho e foca uma área de pesquisa pertinente e controversa”.
Na sua investigação, a autora entrevistou mulheres numa relação conjugal de dois ou mais anos que sofreram agressões emocionais, físicas, financeiras e sexuais. A designação Flores do Inferno deve-se à atribuição do nome de uma flor a cada uma delas, de modo a proteger a sua identidade.
No seu trabalho, Gracieli Silva concluiu que “as estratégias de comunicação sobre a violência são fundamentais, não retratando todas as mulheres vítimas como submissas, infelizes, fracas e desinformadas”, sendo várias as suas razões para continuarem na relação. Concluiu ainda que as vítimas não falavam das agressões a familiares e amigos, que desconheciam, assim, a situação.
A investigadora colaboradora do Centro de Estudos de Comunicação e Sociedade realça que as várias dimensões do estudo contribuem para a consciencialização social do papel de cada um neste fenómeno, o qual tem aumentado no mundo.
O Prémio de Investigação da APAV destina-se a premiar trabalhos de investigação científica sobre temas ou problemas ligados à missão desta associação, ou seja, apoiar as vítimas de crime, os seus familiares e pessoas amigas.
A premiada, Gracieli Silva nasceu no Brasil e vive em Braga. É formadora, consultora, actriz e apoia causas cívicas, como o Colectivo Anônimas e o Centro Seara de Amor e Luz.
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